As empresas Vale, Votorantim, Gerdau e Siderúrgica Nacional devem ser convidadas a integrar o consórcio Norte Energia, vencedor do leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, como autoprodutoras. Assim, elas deverão ter acesso aos 10% da energia gerada pela usina, como foi previsto no leilão.
"Esse é um movimento lógico, e elas devem aceitar o convite", informa o coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Nivalde de Castro.
Ele explica que isso é importante não só para que as empresas tenham a energia necessária para suas atividades, mas também para que contribuam com sua experiência para reduzir o custo da obra. "Esse tipo de empreendimento permite soluções e inovações que acabam reduzindo o custo ou aumentando a receita do empreendimento", afirma.
Já a entrada da Petrobras, que também tem sido especulada no setor, não é considerada certa pelo especialista. "Ela é um potencial sócio como autoprodutora. Como tem muita termelétrica a gás, e às vezes precisa importar GNL [Gás Natural Liquefeito], que é muito caro, a Petrobras poderia entrar e ter ali energia elétrica para garantir uma eventual necessidade. Mas isso é especulação, ainda não tem nada certo", diz.
Para Castro, a ameaça da saída da Queiroz Galvão do consórcio não passou de um "jogo de pressão" para que ela ficasse responsável pela maior parte da obra.