A agência europeia Eurostat revisou para cima o déficit público da Grécia em 2009, a 13,6% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 12,9% anunciados por Atenas, e advertiu que o número, que não é definitivo, pode ser ainda maior.
Ao mesmo tempo, a Eurostat informou que o déficit dos 16 países que integram a Eurozona disparou no ano passado e atingiu o nível sem precedentes de 6,3% do PIB, contra 2,0% em 2008.
Apesar do país com o maior déficit registrado ano passado ter sido a Irlanda (14,3%), a situação grega é a que provoca mais preocupação entre os sócios da Eurozona e nos mercados.
O número anunciado nesta quinta-feira pela Eurostat é a terceira revisão de alta do déficit grego para o ano passado.
Na primeira mudança, o governo anunciou que o déficit havia dobrado em relação à primeira estimativa, a 12,7%, o que gerou uma crise de confiança nos mercados financeiros.
Posteriormente, o percentual subiu a 12,9% e agora a Eurostat, que calculou os 13,6%, adverte para a possibilidade de uma nova revisão com alta de até 0,5 ponto.
"A agência expressa reservas sobre a qualidade dos dados declarados pela Grécia e teme que, ao fim da investigação iniciada com as autoridades de estatísticas gregas, a alta do déficit para 2009 seja alterada para cima, entre 0,3 e 0,5 ponto do PIB", destaca um comunicado.
Depois de Irlanda e Grécia aparecem Grã-Bretanha com um déficit de 11,5% e a Espanha (11,2%).
A média de 6,3% supera com folga o limite imposto por Bruxelas aos países membros da União Europeia, de 3%.