Rio de Janeiro ; O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ; a prévia da inflação oficial do país ; ficou em 0,48% em abril, taxa inferior à de março (0,55%). Com o resultado, a inflação acumulada neste ano é de 2,51%, taxa superior à verificada em igual período de 2009 (1,51%).
Nos 12 meses fechados no período (resultado anualizado), o índice ficou em 5,22%, também acima do resultado dos 12 meses imediatamente anteriores (5,09%). Em abril de 2009 a taxa havia sido de 0,36%, segundo dados divulgados hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta dos preços dos alimentos evitou um recuo maior do IPCA-15 em abril.
Os combustíveis, cujo preço ficou mais baixo 3,08%, foram os responsáveis pela desaceleração do IPCA-15, de 0,55% em março para 0,48% em abril. O litro de gasolina ficou 2,12% mais barato, levando esse item a representar, individualmente, a principal contribuição para baixo no IPCA-15: -0,09 ponto percentual.
O litro do etanol ficou 13,64% mais barato em abril, o que significou uma contribuição de -0,06 ponto percentual no índice geral. Assim, juntos, os combustíveis contribuíram com -0,15 ponto percentual no índice de abril. Por região, somente em Recife não houve queda nos preços dos combustíveis, ao contrário, a alta foi de 2,22%. Já em Goiânia a queda chegou a 6,79% e em Curitiba foi de 6,32%.
Os produtos e serviços não alimentícios tiveram uma variação de 0,12% em abril, ante 0,35% em março. Porém, ainda que tenha havido desaceleração de um mês para o outro, foi verificada alta nos preços de itens importantes no orçamento das famílias, como os salários pagos aos empregados domésticos (de 1,81% em março para 1,60% em abril), ainda como reflexo do reajuste anual do salário mínimo.
Também os artigos de vestuário ficaram mais caros (de 0,08% para 1,08%), tendo em vista o final das promoções e a entrada da nova coleção no mercado. Os remédios (de -0,15% para 0,70%), cujos preços subiram em consequência do reajuste ocorrido a partir do dia 31 de março.
No grupo alimentação e bebidas, cuja alta é atribuída, principalmente, a problemas climáticos, a variação de 1,71% de abril foi maior do que a registrada em março (1,22%). Os preços dos alimentos já aumentaram, no ano, 4,79%, segundo o IPCA-15.
Em abril, o leite pasteurizado apresentou alta de 9,63%, após ter subido 5,27% em março, e ficou com a maior contribuição individual no índice do mês: 0,09 ponto percentual. Empatou com o tomate, cujos preços chegaram a aumentar 36,81%, contribuindo também com 0,09 ponto. Os tomates haviam subido 26,50% em março e já custam 62,96% a mais neste ano.
Outros alimentos também mostraram forte aceleração de preços, a exemplo do feijão carioca (de -1,87% em março para 30,10% em abril) e da batata-inglesa (de 6,21% para 12,24%).