Brasília ; O fluxo de comércio entre o Brasil e o Japão aumentou cerca de 14% no primeiro trimestre deste ano, e ;isso indica que possivelmente possamos voltar ao mesmo nível de comércio de 2008;, quando a corrente de comércio nipo-brasileira somou US$ 13 bilhões.
A afirmação foi feita pelo ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, ao apresentar nesta sexta-feira (16/4) a delegação japonesa que participa da terceira reunião bilateral do Comitê Conjunto de Promoção Comercial e de Investimentos, que se realiza na capital federal.
Ivan Ramalho disse que a soma das exportações e das importações caiu 26,1% em 2009, comparado a 2008, em virtude da recessão comercial provocada pela crise financeira mundial. Mas ressaltou que existem fortes evidências de recuperação do comércio bilateral, que foi deficitário para o Brasil em US$ 1,1 bilhão no ano passado.
A busca da recuperação dos níveis tradicionais de comércio e de investimentos é, por sinal, o principal objetivo da reunião de dois dias, que termina nesta sexta-feira, e conta com a participação de autoridades governamentais e empresariais dos dois países, como afirmou o vice-ministro para Relações Internacionais do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Hiroyuki Ishige.
As duas delegações discutiram também a remoção de possíveis entraves burocráticos às relações comerciais, de modo a aprimorar e facilitar os negócios bilaterais. Dificuldades que acontecem naturalmente nas áreas de metrologia, de propriedade intelectual e aduaneira, em razão das diferenças na legislação de cada país, lembrou o Secretário de Comércio Exterior, Walber Barral.
Ele enfatizou, porém, que ;a agenda de promoções entre os dois países é muito mais longa do que as eventuais reclamações que possam surgir;. Segundo Barral, Brasil e Japão têm uma ;agenda bastante intensa; no fortalecimento das relações comerciais e trabalham para ampliar o acesso aos mercados, dos dois lados.
[SAIBAMAIS]Existe, por parte do empresariado brasileiro, grande expectativa pelo aumento das exportações de carne suína, miúdos de frango, café, etanol e alumínio, dentre outros produtos, para o mercado japonês. O interesse também é grande na negociação de subsídios daquele país para a produção de aviões de médio porte, fabricados pela Embraer.
As aeronaves brasileiras foram um dos principais itens da nossa pauta de vendas para o Japão em 2009. Só que agora a companhia aérea Japan Air Lines está em processo de recuperação falimentar, e não existe clareza quanto ao futuro das negociações. Na pauta de discussões, ainda, o interesse pela TV digital, transferência de tecnologia e propriedade intelectual.