Brasília - Os países que formam o Bric - Brasil, Rússia, índia e China - têm papel fundamental entre as nações que, atualmente, concentram o poder mundial. O cenário internacional mostra que o poder político, econômico e militar está nas mãos de nações que procuram consolidar sua posição a partir de acordos internacionais com outros países, mas o Bric já mostrou sua relevância e não pode mais ser ignorado.
A observação foi feita pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Samuel Pinheiro Guimarães, ao participar na manhã desta quarta-feira (14/4), do encontro que reúne, em Brasília, representantes dos quatro países que integram o Bric. Esta é a primeira vez em que o grupo formaliza um encontro para analisar o seu papel na transformação do mundo pós-crise financeira internacional.
De acordo com o ministro, o Bric mostrou que pode ultrapassar muito mais rapidamente as turbulências mundiais, enquanto as nações mais poderosas ainda não voltaram às posições que mantinham no período anterior à crise financeira.
Essa recuperação, principalmente econômica, mostra que o Bric pode participar do processo de reestruturação dos sistemas financeiro e político internacional, destacou Guimarães. De acordo com ele, esse processo está ocorrendo ;em vários setores, não apenas em relação aos países do G20, por exemplo, mas em inúmeros fóruns internacionais que tratam de política e economia".
"Ninguém duvide de que o trabalho de afirmação do Bric será longo e difícil. O que está em jogo é que alguns países, devido à sua superioridade política, econômica e militar, acham-se superiores e, por isso, acreditam que têm mais direitos que as outras nações", acrescentou.
O ministro disse que a colaboração do Bric não se restringe à relação econômica entre os países e envolve também a colaboração tecnológica. Ele ressaltou que o encontro em Brasília reúne representantes dos principais centros de pesquisas do mundo. ;Eles podem contribuir para que vejamos as nossas realidades específicas com nossos olhos e não com o olhar dos outros países. Nós, do Bric, precisamos nos afirmar perante a governança global, atendendo às necessidades de nossas sociedades de forma democrática e não hegemônica."