Policiais federais de todo o país fazem nesta quarta-feira (14/4) um dia de meia paralisação. A categoria reivindica a manutenção da aposentadoria especial, questiona a tabela salarial e exige participação na elaboração da lei orgânica da Polícia Federal, que tramita no Congresso. As investigações ficarão suspensas, mas os serviços administrativos e o atendimento à população, como a emissão de passaportes, devem funcionar normalmente.
O presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal, Cláudio Avelar, afirmou que a mobilização será um alerta ao governo. "Vamos parar por um dia essa semana. Se as negociações não avançarem, serão dois dias na próxima semana e, depois, podemos fazer greve por tempo indeterminado", ameaçou. Segundo o sindicalista, o aumento salarial acumulado desde 2002 foi de cerca de 60%, pior índice nesse segmento, muito inferior aos de outras carreiras de Estado - o penúltimo lugar teve reajuste de 150%. "Há categorias que tiveram mais de 500%. Não é justo o governo nos tratar assim."
A manutenção das aposentadorias especiais também está na pauta de discussão. Segundo Avelar, os policiais não aceitam perder os benefícios diferenciados que foram concedidos pelas peculiaridades da atividade. "Não somos iguais aos outros servidores. Corremos risco de vida todos os dias. Mas se o governo acha que a Polícia Federal é um órgão que pode ser comparado com os outros, vamos trabalhar igual a todos também", reclamou.
Os sindicalistas criticam a forma com que a lei orgânica da PF foi elaborada. "Não existe uma carreira de fato na PF. Os cargos não se comunicam e o texto não teve a participação dos sindicatos. Não fomos ouvidos", queixou-se. "Não achamos que uma polícia precisa de mais poder. Ela precisa é ser valorizada."