Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo fecha em baixa pela 5ª sessão consecutiva em NY

Os preços do petróleo caíram nesta terça-feira (13/4) pelo quinto dia consecutivo em Nova York, diante dos temores causados pelo constante aumento dos estoques nos Estados Unidos. O Brent, por sua vez, manteve-se quase estável em Londres.

No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos Estados Unidos) para entrega em maio perdeu 29 centavos - para 84,05 dólares -, em relação ao fechamento de segunda-feira.

No InterContinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento perdeu 5 centavos, para 84,72 dólares.

Os preços tinham superado os 87 dólares na terça-feira passada em Nova York pela primeira vez em um ano e meio, mas perderam desde então cerca de 3 dólares em cinco sessões.

"Os preços tinham subido muito, e agora a dinâmica dos estoques pesa levemente", comentou Jason Schenker, da Prestige Economics. "Os preços não desabaram, mas ainda poderão cair enquanto não houver indicadores positivos para basear as expectativas de crescimento econômico no médio prazo".

O Departamento de Energia dos Estados Unidos deve divulgar na quarta-feira os dados semanais das reservas petroleiras no país, e os analistas esperam o anúncio da décima primeira semana consecutiva de aumento dos estoques.

A oferta abundante no mercado americano afeta principalmente o mercado nova-iorquino, onde os preços evoluem atualmente abaixo do petróleo Brent de Londres, normalmente mais barato.

Em seu relatório mensal, a Agência Internacional de Energia (AIE) revisou novamente para cima - em 30.000 barris diários -, sua previsão para a demanda mundial de petróleo em 2010. O consumo deverá elevar-se este ano para uma média de 86,6 milhões de barris diários, 2% mais que no ano passado.

Mas, segundo analistas, o relatório da AIE fala do perigo que um barril a mais de 80 dólares representa para a economia. "Isso ameaça a recuperação e contribui para pressionar os preços para baixo", afirma John Kilduff, da Round Earth Capital.

Analistas do JPMorgan, por sua vez, destacaram "uma nova revisão para o aumento da oferta" dos exportadores que não são membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep).