Principal responsável pela diminuição do superávit da balança comercial em 2010, o crescimento das importações não está sendo impulsionado pela compra de máquinas e equipamentos usados na produção. Os bens de consumo e a compra de combustíveis e lubrificantes do exterior lideram a alta das compras externas neste ano.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a importação de combustíveis e lubrificantes registrou o maior crescimento. De janeiro a março, a compra de combustíveis do exterior aumentou 43,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Os bens de consumo vêm em seguida, com crescimento de 42,7%.
No primeiro trimestre, a importação de matérias-primas e bens intermediários subiu 41,6% na comparação com os mesmos meses de 2009. A aquisição de bens de capital (máquinas e equipamentos) também cresceu neste ano, mas em ritmo bem menor: 17,6%.
De acordo com o ministério, a explicação para o crescimento na importação de combustíveis está muito mais relacionada ao aumento no preço do petróleo do que à quantidade comprada. Atualmente, a cotação internacional do barril está em torno de US$ 85. Há um ano, estava pouco abaixo de US$ 50.
Em relação aos bens de consumo, a explicação está, de fato, relacionada ao aumento nas compras, provocado pela queda do dólar, que passou de R$ 2,15 há um ano para R$ 1,77 na sexta-feira. Os bens duráveis lideraram o crescimento entre março de 2009 e março deste ano, puxados pelos eletrodomésticos (126,7%), móveis (73,6%) e veículos (66,6%).
O crescimento das importações está provocando a deterioração do superávit da balança comercial em 2010. No primeiro trimestre do ano passado, o país exportou US$ 2,988 bilhões a mais do que importou. De janeiro a março deste ano, o saldo positivo foi de US$ 895 milhões, com queda de 70%.
O desempenho da balança comercial só não foi pior porque as exportações aumentaram 25,8% neste ano, de US$ 31,2 bilhões no primeiro trimestre de 2009 para US$ 39,2 bilhões nos mesmos meses de 2010. O crescimento, no entanto, foi insuficiente para fazer frente ao ritmo das importações, que saltaram 36% em igual período, de US$ 28,2 bilhões para US$ 38,3 bilhões.