Uma organização empresarial americana questionou nesta segunda-feira a decisão do governo de adiar a publicação de um relatório sobre a moeda chinesa, afirmando que se trata da "pior parte da diplomacia dos Estados Unidos".
"Mais uma vez, o presidente Obama obriga os produtores nacionais a fazer o pior da diplomacia americana", afirmou em comunicado Kevin Kearns, presidente da US Business and Industry Council, uma organização integrada por mais de 1. 900 empresas familiares.
O departamento do Tesouro anunciou neste sábado que adiou indefinidamente a publicação de seu relatório semestral sobre moedas estrangeiras, deixando de tomar uma posição sobre o yuan, moeda considerada desvalorizada por Washington.
Segundo Kearns, a decisão tem o efeito de "repetir uma tradição ineficaz de Washington de comprar a cooperação internacional com uma cota de mercado dos Estados Unidos".
"Nesse caso, os Estados Unidos estão atrás da cooperação da China no Irã e na Coreia do Norte", disse.
O conselheiro econômico da Casa Branca, Lawrence Summers, negou durante uma entrevista transmitida na televisão qualquer relação da decisão de adiar a divulgação do relatório com as discussões sobre eventuais sanções contra o Irã por seu programa nuclear.
"De fato, desde sua desvalorização competitiva em 1994, a China manipulou constantemente sua moeda para roubar as capacidades produtivas não só dos Estados Unidos, mas também de seus vizinhos asiáticos", afirmou a organização patronal.
Em 2005, a pressão internacional levou o governo comunista chinês a deixar certa margem de flutuação ao yuan, que até 2008 valorizou-se 21% em relação ao dólar.
Mas, desde então, a cotação da divisa chinesa mantêm-se imutável frente à moeda americana.