Brasília - Nas próximas semanas, o Brasil deve fazer mais uma captação de recursos no exterior, informou nesta terça-feira (30/3) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Ele não especificou a moeda em que será feita a emissão, dizendo apenas que será em dólar, euro ou em real.
De acordo com o secretário, o objetivo principal das emissões de títulos no mercado internacional não é captar dinheiro para o país, mas fornecer uma referência para os investidores estrangeiros sobre a capacidade de o Brasil honrar os compromissos. Dessa forma, as empresas brasileiras que fizerem a mesma operação no exterior terão uma referência para as taxas de juros.
"Quanto mais nossa curva [de juros] aponta para baixo, melhor é a capacidade de alavancagem de investimento para o país. A gente acha que tem conseguido isso de forma positiva", afirmou Augustin.
Por meio de títulos externos, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais mediante uma taxa de juros. Quanto maior a confiança dos aplicadores, mais baixas são as taxas. Caso as expectativas em relação à economia do país sejam ainda mais favoráveis, o país pode fazer emissões em moeda própria ; no caso do Brasil, lançando títulos em real no mercado externo.
No ano passado, o Brasil fez cinco emissões de títulos no mercado externo. Em quatro lançamentos, o Tesouro obteve as menores taxas de juros da história conforme cada tipo de papel.
Augustin também afirmou que o Tesouro poderá intensificar as compras de dólares à vista para conter a queda da moeda norte-americana. Na semana passada, o Conselho Monetário Nacional (CMN) mudou as regras para aquisição de dólares para pagar os vencimentos da dívida externa, abrindo espaço para o Tesouro comprar até US$ 4,6 bilhões.
De acordo com Augustin, as alterações foram feitas a pedido do Tesouro. ;O Banco Central avaliou e achou pertinente [a ampliação do prazo]. É positivo para nós e vamos usá-lo. A estratégia é estar sempre atento para que não haja demasiada volatilidade e valorização do câmbio [queda excessiva do dólar]", declarou.
Pelas normas anteriores, o Tesouro poderia comprar divisas para pagar a dívida externa que vence nos próximos 360 dias. Com as novas regras, o prazo aumentou para 750 dias.