Mais de uma centena de países produtores e consumidores de petróleo reúnem-se a partir desta terça-feira no maior fórum do setor em Cancún, leste do México, onde debatem mecanismos para prevenir a volatilidade registrada no preço do petróleo nos últimos meses devido à crise mundial.
O Fórum Internacional de Energia que ocorre a cada dois anos será concluído nesta quarta-feira com a publicação de uma declaração ministerial na qual se prevê uma ação conjunta para reduzir a volatilidade. "Temos que abordar essa questão com a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)", comentou à AFP o diretor da Agência Internacional de Energia (AIE), Nobuo Tanaka, que participa da reunião.
Desde o último encontro do fórum, realizado em 2008, os preços do petróleo tiveram amplas variações, chegando a alcançar um recorde de 147 dólares o barril antes de cair para 32 dólares em plena crise econômica mundial e se estabelecer posteriormente em um nível entre 70 a 80 dólares.
A redução da volatilidade está estreitamente vinculada à recuperação da economia internacional, outro dos temas da agenda da reunião que ocorre no complexo hoteleiro Riviera Maya.
"É impossível saber como a recuperação financeira internacional afetará o preço do petróleo", disse o especialista americano David Shields, diretor da revista Energia em Debate e autor de um livro sobre a estatal mexicana Pemex.
Nos últimos meses o preço "subiu seguindo a tendência dos mercados acionários e de outros ativos de risco, mas isso não continuará ocorrendo de forma indefinida", afirmou Shields em entrevista à AFP. "Outro elemento de incerteza é a produção de países como Iraque, Irã e Nigéria onde, uma crise política afetaria severamente a segurança de abastecimento em outras regiões", completou.
"Pode ser que chegue até os 100 dólares durante os próximos 12 meses", afirmou Shields, depois de lembrar que "o preço do petróleo é volátil por natureza". "Se observarmos os preços nos últimos 20 anos, podemos ver que a volatilidade foi exagerada. É muito difícil evitá-la."
Mais de 60 países enviaram seus ministros de Energia para o fórum, que ocorre a portas fechadas e sob fortes medidas de segurança.
Estão presentes no evento diretores de 38 empresas energéticas mundiais, como Chevron, ConocoPhillips, ExxonMogil, British Petroleum, Repsol YOF, Statoil e Total.