O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, anunciou ontem que a estatal fará uma grande operação de aumento de capital em 2010, independentemente da aprovação, pelo Congresso Nacional, do projeto de lei que prevê a capitalização da empresa. "Precisa entrar este ano de US$ 15 a US$ 25 bilhões de dólares para manter a nossa razão capital/dívida e para manter a razão dívida/ebitda (ganho operacional)", afirmou Gabrielli a jornalistas após participar de evento na sede da empresa, no Rio. No caso de não aprovação do projeto, que inclui a cessão à estatal por parte da União de direitos de exploração de até 5 bilhões de barris, em troca indireta por ações da petroleira, a companhia buscaria outras formas de levantar capital.
De acordo com o executivo, a Petrobras realizará a capitalização até o final do primeiro semestre de 2010, mesmo que não haja a autorização para que esses 5 bilhões barris sejam cedidos pelo governo ainda este ano. Até então, os dois processos estavam sendo tratados de maneira casada e por várias vezes houve a afirmação de que seriam simultâneos.
De acordo com o executivo, o volume de recursos corresponde ao que a companhia estima receber durante o processo de capitalização previsto para ocorrer até o fim deste semestre. No fim de 2009, o nível de alavancagem da companhia era de 31%, segundo seu balanço financeiro, e a estatal afirma que o máximo a que iria se expor em alavancagem seria chegar a 35%. "Será uma capitalização só e para o plano todo (2010-2014)", disse. Mais cedo, durante teleconferência com analistas para comentar o resultado da companhia no quarto trimestre de 2009, Gabrielli afirmou que o plano de capitalização é fundamental para viabilizar os investimentos de até 220 bilhões de dólares previstos para o período de 2010 a 2014.