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Economia

Emissões de títulos e juros fazem dívida pública aumentar 2,56% em fevereiro

Brasília - As emissões de títulos, principalmente papéis prefixados, e o reconhecimento de juros contribuíram para o aumento da dívida pública em fevereiro. Segundo números divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) subiu para R$ 1,494 trilhão no mês passado, com alta de 2,56% em relação a janeiro.

O aumento só não foi maior porque a Dívida Pública Externa caiu 4,53% no mês passado. Influenciada pela queda de 3,4% do dólar no último mês, a dívida externa encerrou fevereiro em R$ 97,31 bilhões. A dívida mobiliária (em títulos) interna, no entanto, subiu 3,09%, passando de R$ 1,355 trilhão em janeiro para R$ 1,397 trilhão em fevereiro.

De acordo com o Tesouro Nacional, a alta da dívida pública foi provocada pelo fato de o governo federal ter emitido R$ 30,2 bilhões a mais em títulos do que resgatou no mês passado. Além disso, o Tesouro reconheceu o pagamento de juros da dívida no valor de R$ 11,74 bilhões.

Em janeiro, a DPF tinha caído 3,65% por causa do vencimento de títulos prefixados (com os juros definidos no momento da emissão) típico do início de cada trimestre. Neste mês, o Tesouro voltou a emitir esse tipo de papel, no total de R$ 19,7 bilhões, o que provocou a alta da dívida no último mês.

O lançamento de títulos prefixados fez o perfil da dívida melhorar em fevereiro. Segundo o Tesouro, a fatia dos papéis prefixados na dívida mobiliária interna aumentou de 28,23% em janeiro para 29% em fevereiro. A participação dos títulos vinculados à taxa Selic, que define os juros básicos da economia, caiu de 35,48% para 35,21%.

Apesar da melhora na composição, o prazo médio da DPF caiu, passando de 3,72 anos em janeiro para 3,70 anos em fevereiro. O Tesouro Nacional divulga o prazo apenas em anos, não em meses. O órgão informou apenas que os vencimentos da dívida pública para os próximos 12 meses caíram de 25,36% para 24,72% no mesmo período.

Por meio da emissão de títulos, o Tesouro pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar os compromissos. Em troca, o governo compromete-se a devolver o dinheiro com juros, que podem ser vinculados à inflação, ao câmbio, à Selic ou serem prefixados ; definidos com antecedência.

Para o Tesouro, a maior participação dos papéis prefixados é vantajosa porque facilita a administração da dívida pública. Prazos mais longos também são preferíveis porque aumenta-se o intervalo em que o governo tem de renovar a dívida.