Jornal Correio Braziliense

Economia

Lula reforçou em 16 mil pessoas o quadro de servidores no Rio, distanciando-o ainda mais do DF

Contratações feitas ao longo do governo Luiz Inácio Lula da Silva acentuaram a liderança do Rio de Janeiro no ranking das unidades da federação campeãs no número de servidores públicos federais. De 2003 a 2009, a quantidade de funcionários ativos do Executivo no país saltou de 457.499 para 550.479. A hegemonia do estado fluminense manteve-se inalterada no período. O Rio continua isolado na primeira posição com 113.492 servidores. Bem distante, em segundo lugar, está o Distrito Federal, com 61.043. Nos últimos anos, o tamanho da máquina aumentou em cerca de 16 mil pessoas tanto no Rio como no DF, mas a diferença entre ambos permaneceu praticamente a mesma: 52 mil servidores (veja quadro). Apesar da transferência da capital há 50 anos, boa parte do robusto corpo administrativo continua no Sudeste. A área da Saúde é um exemplo típico, já que o Rio conta com seis hospitais federais. Os ministérios da Fazenda e da Justiça também têm ramificações de grande porte no estado ; prédios próprios ou postos avançados, entre eles. O mesmo se aplica à Previdência Social. Na Educação o cenário é semelhante, com destaque para a forte presença das universidades, escolas e centros técnicos de formação profissional. Completando a lista, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão fincados no estado mais do que em qualquer outro lugar do Brasil ; e em franca expansão do quadro de efetivos. Estatais como Petrobras, Eletrobrás e Furnas dispõem de sedes em funcionamento no Rio que nem de longe rivalizam com as estruturas erguidas no DF. Os empregados dessas companhias não estão incluídos no cálculo global de servidores, que só leva em conta a administração direta, as autarquias e as fundações. Dados oficiais disponíveis no Ministério do Planejamento indicam, no entanto, que, assim como o volume geral de servidores do Executivo, o quantitativo de funcionários dessas companhias também cresceu entre 2003 e 2009. Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), explica que o avanço do funcionalismo no Rio reflete simplesmente a presença histórica da burocracia federal no estado. ;Mesmo com a transferência da capital para Brasília ainda ficaram muitos órgãos, que têm muita força. O Rio tem uma demanda maior e isso faz a concentração. Isso reflete um maior número de servidores;, justifica. Para ele, mais cedo ou mais tarde, o DF acabará assumindo a liderança. ;A tendência é essa, mas paulatinamente;, completa. Top 5 Além de fortalecer o papel do Rio no tabuleiro do funcionalismo público federal ; e de relegar ao DF à condição de vice-líder cativo ;, o governo Lula ;congelou; as posições imediatamente abaixo da lista dos estados que mais concentram servidores. Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul continuaram em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente. quase todos os estados da Região Norte perderam postos no ranking. As modificações na Região Nordeste foram discretas, assim como no Sul. Já no Centro-Oeste, Goiás aumentou de maneira importante o contingente de servidores públicos. Ouça entrevista com Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Federal