As negociações entre a diretoria da British Airways e o sindicato Unite para evitar uma greve dos funcionários de cabine da companhia a partir desta sexta-feira (19/3) fracassaram, anunciou um dos secretários do sindicato, Tony Woodley.
"Estou decepcionado de dizer a vocês que as negociações fracassaram. A greve começa a partir de meia-noite", declarou Woodley à imprensa.
O conselheiro delegado da British Airways Willie Walsh disse lamentar profundamente a ruptura das negociações e afirmou que a nova oferta da companhia seria retirada com o início da greve.
Walsh e Woodley se reuniram nesta sexta-feira em Londres pelo segundo dia consecutivo para tentar evitar a que será a primeira greve de trabalho da companhia aérea em 13 anos, que afetará milhares de passageiros perto do feriado de Páscoa.
O Unite convocou uma greve em duas fases - três dias a partir de sábado e outros quatro a partir do dia 27 - que terá a adesão de 12 mil tripulantes de cabine da British Airways. A paralisação é um protesto contra os cortes de funcionários e outras medidas de austeridade que a direção busca impor para reduzir o prejuízo da empresa, agravado durante a crise.
[SAIBAMAIS]A British prevê transportar pelo menos 60% dos passageiros previstos durante os três primeiros dias de greve com a ajuda de mais de 1.000 voluntários e tripulações terceirizadas de outras companhias.
A empresa britânica, que está em meio a um processo de fusão com a companhia espanhola Iberia, já teria perdido mais de 25 milhões de libras (38 milhões de dólares) em cancelamentos e outros planos de contingência em previsão à greve.
Em um anúncio de página inteira publicado nesta sexta-feira na imprensa britânica, a British Airways afirma aos clientes que a greve é "injustificável".
"Temos um número significativo de tripulantes de cabine que não acreditam na greve e continuarão trabalhando. Serão apoiados por muitos voluntários de toda nossa companhia", afirma o texto do anúncio.