O consumo das famílias foi o grande responsável pelo resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Isso porque a demanda das pessoas físicas pelos bens e serviços produzidos no país gerou 62,8% do valor do PIB. De acordo com a gerente de Contas Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, todo esse volume de negócios sozinho, sem considerar os demais componentes da demanda, já teria produzido um crescimento de 2,4 pontos percentuais.
[SAIBAMAIS];O Brasil acertou ao focar suas ações de combate à crise no estímulo ao consumo do mercado interno;, avaliou Douglas Uemura, economista da LCA Consultores. Ele ressaltou que, enquanto as grandes economias mundiais têm 25% de suas riquezas provenientes de suas exportações, no Brasil esse indicador é de 15%. ;Portanto, 85% da economia brasileira é resultante do mercado interno;, explicou.
Preocupação
Em todo o ano de 2009, o consumo das famílias cresceu 4,1%. Fator de preocupação para a economista do Banco Santander Luiza Rodrigues. ;Comparado com as nossas previsões, o consumo privado cresceu um pouco mais e o investimento um pouco menos do que esperávamos;, disse ela, para quem o ;impressionante crescimento do consumo privado; é uma fonte de preocupação para a inflação neste primeiro trimestre, considerando que já há indicadores apontando a desaceleração do investimento no mesmo período.
Mas o Índice de Confiança do Consumidor, calculado pela Fecomércio de São Paulo, apresentou em março queda em relação a fevereiro, o mesmo ocorrendo com o Índice de Expectativa ao Consumidor, que mede a percepção dos consumidores em relação a médio e a longo prazo. Para Uemura, com a redução do IPI, muitos consumidores anteciparam suas compras. ;Na margem, já se observa uma desaceleração do consumo das famílias, bem como do consumo da administração pública.;