Brasília - Apesar de manter a previsão oficial de crescimento de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, o governo admite que a economia pode se expandir até 6% neste ano. Ao chegar para uma reunião no Ministério da Fazenda, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que o país pode crescer mais que o estimado.
;Não tenho nenhuma dúvida de que vamos ter crescimento acima de 5% em 2010. Nossa previsão oficial é de 5,2%, por enquanto, mas podemos reestimar isso. Acho que não estão chutando muito fora aqueles que acham que o Brasil poderá crescer 6% neste ano;, disse o ministro.
Mais cedo, num encontro com prefeitos do Paraná, Paulo Bernardo havia afirmado que o crescimento poderá ser de 6%. Mesmo cogitando que o crescimento poderá ser maior que o inicialmente projetado, o ministro afirmou que o relatório de programação orçamentária, que sairá nas próximas semanas, manterá a previsão de 5,2%.
;Poderíamos fazer uma previsão mais otimista, mas está muito cedo. O ano começou. Os dados estão interessantes, estão bons. Não temos, entretanto, nenhuma base sólida para dizer que [o PIB de 2010] ficará acima de 5,2%;, disse. ;O relatório vai primar pelo conservadorismo, [sairá] com a cara da Fazenda. Não vai ser desenvolvimentista.;
Segundo o ministro, as receitas federais fecharão o ano com crescimento nominal de 12% em relação a 2009. Ele admitiu, no entanto, que a expansão de 6% do PIB tornará mais complicada a definição da quantia que precisará ser cortada do orçamento de 2010 para cumprir a meta de superávit primário ; economia de recursos para pagar os juros da dívida pública ; de 3,3% do PIB.
;Vai precisar cortar mais, com certeza. O nosso orçamento para este ano está apertado;, ressaltou. O ministro não informou uma estimativa do valor que deve ser contingenciado (bloqueado) do orçamento deste ano.
Em relação ao crescimento do PIB de 2009, que será divulgado nesta quinta-feira (11/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Bernardo afirmou que o crescimento deverá ficar próximo de zero. Um eventual resultado negativo, avaliou o ministro, tornaria ainda maior o crescimento da economia em 2010 por causa de efeitos estatísticos.
;Tem uns pessimistas dizendo que pode dar um pouco negativo, e uns otimistas dizendo que pode dar um pouco positivo. Quanto menor o resultado do ano passado, o crescimento deste ano será maior porque a base de comparação vai ser favorável ao ano de 2010;, destacou.