Jornal Correio Braziliense

Economia

Skaf classifica de absurda possibilidade de aumento na taxa de juros

São Paulo - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou nesta segunda-feira (10/3) que a indústria paulista está unida na defesa da permanência dos juros no atual patamar. Segundo Skaf, que participou de reunião do Conselho Superior Estratégico da Fiesp, os empresários e industriais acham que não há razão para aumentar a taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), programada para a semana que vem.

Skaf disse acreditar que neste ano ainda haja reflexos da crise financeira em todo o mundo. No Brasil, apesar da expectativa de crescimento em torno de 5% ou 6%, isso deve continuar se refletindo em queda das exportações e em uma redução do superávit, destacou. Na opinião de Skaf, nesse ;cenário de incertezas;, a economia brasileira deveria continuar contando com a demanda no mercado interno, que será afetada se a taxa de juros aumentar na próxima semana.

;Com essas incertezas, o que há de positivo é a demanda, é haver pessoas interessadas em comprar. A demanda gera investimentos, e investimentos geram empregos. Aí se tem um ciclo virtuoso;, ressaltou Skaf. Para ele, aumentar a taxa de juros nesse momento seria ;um absurdo; e ;um desastre;.

;O que precisamos é de demanda. Precisamos de cliente comprando", afirmou o presidente da Fiesp. Skaf lembrou que os gastos públicos aumentaram e que, nos últimos 12 meses, foram pagos R$ 165 bilhões de juros, o que, para ele, é um absurdo. Há também o problema da sobrevalorização do real e, com juros mais altos, atrai-se mais capital especulativo, o que prejudica a competitividade brasileira. Se o Banco Central aumentar os juros, o consumo será desestimulado sem necessidade, acrescentou.

Amanhã (11), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, receberá em São Paulo o presidente da Fiesp. No encontro, o ponto central deverá ser a taxa de juros.