O presidente Nicolas Sarkozy decretou nesta quinta-feira (4/3) mobilização geral para tirar a indústria francesa do declínio, em meio à crise que prossegue há anos.
"Somos o país europeu mais desindustrializado", lamentou Nicolas Sarkozy, na fábrica de helicópteros Eurocopter em Marignane (sudeste), concluindo conversações de vários meses com atores do setor.
A parte do setor no Produto Interno Bruto (PIB) francês caiu de 22% em 1999 a cerca de 16% em 2008 - no mesmo nível que o do Reino Unido, com frequência apresentado, em Paris, como um país que abandonou sua indústria, enquanto que o percentual da Alemanha chega a 30% do PIB e o da zona do euro, em geral, a 22,4%
Sarkozy fixou como objetivo aumentar a produção industrial francesa em 25% até 2015 e estimular "o emprego industrial", num momento em que a população economicamente ativa no setor caiu 15% em dez anos.
Em 2009, com a crise, o ritmo se acelerou, com cerca de 200.000 empregos desfeitos e uma queda da produção de 11,9%. O governo multiplicou nos últimos meses as intervenções, na mídia, contra o fechamento de fábricas e trasnferências - um assunto particularmente sensível, com a aproximação das eleições regionais de 14 e 21 de março.
Para voltar a dinamizar o setor, serão alocados 6,5 bilhões de euros como parte de um "grande empréstimo nacional" que será lançado em 2010. Desse total, 5,5 bilhões de euros serão destinados ao financiamento de empresas consideradas inovadoras e nos transportes.
O grande empréstimo deve mobilizar investimentos públicos de 35 bilhões de euros, destinados a recuperar o atraso da competitividade da economia francesa.