O comércio brasileiro fechou 2009 com crescimento de 5,9% em vendas e 10% em receita nominal, de acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A despeito do saldo positivo, mesmo em um ano de crise, em dezembro o varejo recuou 0,4% frente a novembro ; o primeiro desempenho negativo para o período desde dezembro de 2003, quando foi registrada queda de 0,5%. O segmento com melhor resultado foi o de artigos farmacêuticos, com elevação de 11,8% no ano. O pior foi o de material de construção, com uma queda de 5,9%.
Segundo o coordenador da pesquisa, Reinaldo Pereira, a queda de dezembro foi uma acomodação natural após uma sequência de sete altas consecutivas. ;Isso não significa uma tendência. Não houve um setor que influenciou esse desempenho;, explicou Pereira. ;Na comparação com o ano anterior você percebe que o comércio está crescendo;, frisou o pesquisador ao se referir ao resultado de dezembro frente a igual mês de 2008, comparação que registrou alta de 9,1% em vendas e de 11,9% em receita nominal.
Os bons números do comércio são atribuídos, pelos pesquisadores do IBGE, à ampliação da massa salarial, à expansão do emprego, à redução da taxa básica de juros, à estabilidade de preços por meio da política de metas de inflação, às isenções tributárias e à melhora na oferta de crédito a partir do segundo semestre de 2009. ;O comércio varejista conseguiu sobreviver à crise por conta dessas variáveis macroeconômicas e esse número (5,9% em vendas) foi um bom resultado;, ponderou Reinaldo Pereira.