Brasília ; A valorização de 8,15% do dólar, no mês de janeiro, em relação ao real, foi a principal causa do aumento de 2,99% da dívida pública federal externa (DPFe), que passou de R$ 98,97 bilhões, em dezembro último, para R$ 101,93 bilhões, no mês passado. Um acréscimo de R$ 2,96 bilhões.
Isso, apesar de os resgates da DPFe terem somado R$ 2,343 bilhões no mês, sendo R$ 1,89 bilhão referentes ao pagamento de juros da dívida, ágio e encargos financeiros, mais R$ 453,35 milhões abatidos do principal da dívida, como mostra o Relatório da Dívida Pública Federal, relativo a janeiro.
Os números foram divulgados hoje (22) pelo coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Eurico de Paiva Garrido. Ele disse que no cômputo geral, o comportamento das contas públicas foi bastante favorável no mês de janeiro, uma vez que a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi), composta por títulos públicos, caiu 3,05% em janeiro.
A DPMFi havia somado R$ 1,398 trilhão no último mês de 2009, e encerrou janeiro deste ano com estoque de R$ 1,355 trilhão, em razão de resgates líquidos de R$ 56,74 bilhões em títulos, contrapondo-se aos gastos de R$ 17,01 bilhões em juros da dívida e de depreciação cambial. Na soma das dívidas interna e externa, a redução percentual foi de 2,65%, na comparação com dezembro de 2009.
O Tesouro Nacional emitiu, no mês passado, R$ 45,65 bilhões em títulos, dos quais R$ 40,16 bilhões colocados em leilões tradicionais para investidores nacionais e estrangeiros, R$ 4,3 bilhões em papéis para venda do Programa Tesouro Direto e R$ 1,19 bilhão em leilões de troca de títulos.
Mas, por causa da concentração de vencimentos no primeiro mês do ano, de acordo com Fernando Garrido, o Tesouro resgatou R$ 100,05 bilhões equivalentes em títulos, no mês passado. A quase totalidade deles em papéis com vencimentos em janeiro, com correção prefixada, e apenas R$ 1,3 bilhão resultante de operações de compra e troca antecipada.
De acordo com Garrido, a dívida interna teve sua participação na dívida total reduzida de 93,39% para 93,01%, ao passo que a dívida externa aumentou sua participação de 6,61% para 6,99%. No âmbito geral, a parcela dos títulos com remuneração prefixada é hoje de 28,23%, os remunerados pela taxa Selic representam 35,48%, os títulos atrelados a índices de preços são 28,14%, papéis corrigidos pela variação cambial somam 7,01% e os restantes 1,14% são corrigidos pela Taxa Referencial (TR).