A Grécia enfrentou ontem, durante reunião de ministros de finanças em Bruxelas, a pressão de países da zona do euro para aumentar os cortes no orçamento e estancar os problemas no mercado de dívida. O país é o primeiro, nos 11 anos de história do euro, a tornar necessária uma declaração emergencial de apoio político de outros países europeus enquanto se esforça para enfrentar a pressão vinda dos mercados financeiros preocupados com seu deficit gigante.
O ministro das Finanças grego, George Papaconstantinou, no entanto, solicitou para que não se pedisse ao governo, que enfrenta uma insatisfação pública crescente, fizesse muito em pouco tempo. ;Estamos tentando mudar a rota do Titanic. Isso não pode ser feito em um dia;, disse Papaconstantinou, antes da reunião. ;Se forem necessárias medidas fiscais adicionais, nós as tomaremos. Hoje é a Grécia, amanhã pode ser outro país.;
Para ele, um anúncio de medidas concretas que a zona do euro poderia tomar para ajudar seu país, se fosse preciso, acalmaria os mercados. ;Se anunciarmos novas medidas hoje, isso fará os mercados pararem de atacar a Grécia? Meu palpite é que o que impedirá os mercados de atacarem a Grécia será uma mensagem adicional, mais explícita, que operacionalize o que foi decidido na quinta-feira passada no Conselho Europeu;, acrescentou. Na semana passada, líderes da União Europeia anunciaram que, se houver necessidade, a zona do euro agirá para proteger a estabilidade financeira da área da moeda única.
Plano
Nos próximos meses, dois lotes de mais de 8 bilhões de euros de títulos do governo grego vencerão ; um em abril e outro em maio ; e precisarão ser refinanciados. Os mercados esperavam que as reuniões desta semana pudessem gerar compromissos de uma ajuda financeira. Mas autoridades europeias já haviam declarado que o objetivo do encontro não era produzir um plano de resgate concreto para a Grécia.
O comissário europeu para assuntos monetários, Olli Rehn, disse que as conversações em Bruxelas iriam se concentrar em exigir mais medidas além das já anunciadas pela Grécia. ;Esperamos que o governo grego tome as medidas adicionais necessárias para atingir essa meta. Nossa opinião é de que os riscos relacionados à implementação e à macroeconomia e aos mercados estão se materializando;, disse Rehn. ;Portanto, há razões claras para medidas adicionais;.