As vendas no varejo nos Estados Unidos aumentaram mais que o previsto em janeiro, 0,5% em comparação a dezembro, segundo os números publicados nesta sexta-feira pelo departamento de Comércio, em Washington.
Os analistas avaliaram anteriormente em 0,3% o aumento em números corrigidos pelas variações sazonais. O crescimento interanual das vendas de varejo foi de 4,3%.
"As vendas no varejo tiveram um impulso forte para 2010", estima Brian Bethune, economista da IHS Global Insight.
"Os consumidores abriram um pouco mais suas carteiras; isto é uma boa notícia para a economia", estima o economista independente Joel Naroff.
Para Bethune, o aumento das vendas está vinculado a um crescimento das horas trabalhadas, observado no quarto trimestre (o primeiro desde a primavera de 2007), que se reflete em um aumento da participação dos lares.
As vendas de varejo são um indicador muito observado nos Estados Unidos porque dão uma ideia da tendência dos gastos no consumo dos lares, a tradicional locomotiva do crescimento econômico norte-americano.
Entretanto, os números de janeiro poderiam ter sido beneficiados por uma ajuda temporária vinculada ao uso em massa de cupons de compra após o Natal. A firma dedicada a este tipo de pagamentos, First Data, estimou em uma pesquisa recente que este fator provavelmente contribuiu "fortemente" para o crescimento das vendas de varejo em janeiro.
Tanto o governo como o Federal Reserve (Banco Central) estimam que o consumo dos norte-americanos se manterá fraco em 2010, já que as pessoas estão quitando suas dívidas e cuidando de seu patrimônio imobiliário, além da ameaça do desemprego, que permanece muito presente.