A participação dos fundos de pensão no Produto Interno Bruto (PIB) do país pode mais que dobrar nos próximos 10 anos, passando de 18% do PIB para 50% em 2020. A previsão é do presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José de Souza Mendonça.
Para crescer, segundo Mendonça, tanto a Abrapp quanto a recém-criada Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) terão que investir em educação previdenciária. "Temos apenas 2,5 milhões protegidos pelos fundos de pensão enquanto pelo menos mais 30 milhões teriam condições de ter um benefício de previdência complementar", avalia.
De acordo com Mendonça, a maioria dos possíveis participantes só começa a se preocupar com a aposentadoria quando está em idade avançada. "Aos 60 anos não adianta mais", observa. O presidente da Abrapp diz que a idade ideal para a opção por um plano de aposentadoria complementar deve estar entre os 30 e os 40 anos.
Ontem a Abrapp teve, em São Paulo, o primeiro encontro oficial com os diretores da Previc. Os fundos de pensão, segundo Mendonça, apóiam a estrutura da nova agência reguladora do setor. "Precisávamos de um órgão de Estado", afirmou. Para a Abrapp falta ainda, na Previc, a previsão de mandato para os seus diretores.
A indústria dos fundos de pensão conta com ativos de R$ 506 bilhões, administrados por 372 entidades. São as contribuições e os investimentos feitos durante os anos de trabalho são o que garantem as aposentadorias e pensões dos 2,6 milhões de participantes. Os três maiores fundos de pensão do país são patrocinados por estatais federais. São eles a Previ, do Banco do Brasil; Petros, da Petrobras; e Funcef, da Caixa Econômica Federal.