Jornal Correio Braziliense

Economia

Perda com rendimentos do tabalho custará caro aos norte-americanos

A perda com os rendimentos do trabalho custará aos americanos pouco mais de US$ 1 trilhão em cinco anos ; de 2008 a 2012. O cálculo foi feito pelos economistas John Schmitt e Dean Baker, do Center for Economic and Policy Research (CEPR), de Washington. Para eles, a soma de salários e outras rendas do trabalho não pagos nos dois últimos anos (2008 e 2009) equivale a menos de um terço do total esperado para ocorrer até 2012. "Nós ainda não vemos o fundo do poço do mercado de trabalho", diz o estudo.

Os economistas estimam que as perdas das rendas do trabalho em 2010 serão 25% superiores às registradas no ano passado. "Os rendimentos perdidos em 2011 também serão maiores do que 2009; e em 2012 serão cerca de três vezes superiores aos de 2008, primeiro ano completo de recessão", diz o texto. O estudo calcula que os trabalhadores afroamericanos deixarão de ganhar em salários e outras rendas do trabalho um total de US$ 142 bilhões entre 2008 e 2012, enquanto os latinos deverão ter perdas de US$ 138 bilhões.

O problema do desemprego é tão sério que na quarta-feira da semana passada o presidente americano, Barack Obama, em discurso no Congresso, declarou que a criação de empregos é o "foco número um" do governo este ano. Para isso, está destinando US$ 30 bilhões do dinheiro que os bancos de Wall Street já devolveram ao governo para financiar as pequenas empresas. Ele disse que pretende cortar impostos dos pequenos empreendimentos, e aumentar os impostos para as grandes empresas.

O governo também planeja manter os investimentos na construção de usinas para a produção de energias renováveis, como a solar e os biocombustíveis, e incentivar as exportações, além das obras de infraestrutura. Tudo para aumentar o número de postos de trabalho. E ainda exortou o Senado a analisar a lei de criação de empregos já aprovada pela Câmara. "O governo pode criar as condições para que as empresas sejam capazes de criar mais empregos", afirmou Obama, lembrando que 7 milhões de vagas foram eliminadas nos Estados Unidos nos últimos dois anos.