Ao mesmo tempo em que alerta para a necessidade de aumento da taxa básica de juros (Selic) com o intuito de combater pressões inflacionárias, o mercado vê exageros nas estimativas do Banco Central. Segundo a economista Luíza Rodrigues, do Banco Santander, o BC pesou na mão ao prever alta de 4% neste ano para os preços administrados, que incluem as tarifas públicas. ;Estamos trabalhando com um índice menor, próximo de 3%;, afirmou.[SAIBAMAIS]
Os preços administrados representam cerca de 30% da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ou seja, quanto menor for alta dos administrados, mais espaço haverá para acomodação dos reajustes dos chamados preços livres, que sofrem influência direta dos juros. ;Estamos trabalhando, inclusive, com queda nas tarifas de energia elétrica em várias distribuidoras;, ressaltou.
Pelas projeções do BC, na média, as contas de luz ficarão 3,3% mais caras e as de telefone, 1,6%. Já o gás de cozinha e a gasolina não deverão ter reajustes este ano. O Ministério da Fazenda acredita que a gasolina fique até mais barata, devido à redução da Cide, imposto que incide sobre o valor do combustível. Para 2011, o BC não detalha as estimativas de aumento para cada um desses itens. Divulga apenas uma projeção fechada para os preços administrados, que deverão subir 4,1%.
Segundo a ata, o BC também espera que a meta de superavit primário (economia para o pagamento de juros da dívida) de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) seja cumprida. Se houver um freio no gasto público, as pressões inflacionárias diminuirão e os juros não precisarão subir tanto.