Jornal Correio Braziliense

Economia

Argentina e Brasil analisam relação bilateral e situação regional

A presidente argentina, Cristina Kirchner, receberá nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, na primeira de duas rodadas de encontros nas quais ministros das duas maiores economias da América do Sul abordarão diferenças comerciais e analisarão as relações bilaterais e a situação regional. [SAIBAMAIS]Os encontros, que começarão com uma reunião entre os chanceleres da Argentina, Jorge Taiana, e do Brasil, Celso Amorim, têm também o objetivo de preparar a visita do presidente Luis Inácio Lula da Silva a Buenos Aires, em março, segundo uma fonte da chancelaria. Kirchner receberá Amorim na tarde desta quinta na Casa Rosada (sede do governo), depois da reunião do ministro brasileiro com Taiana, com quem discutirá, entre outros temas, a situação do Haiti após o devastador terremoto de janeiro. Falando há alguns dias sobre as disputas comerciais entre os dois países, Taiana indicou que o grupo ministerial binacional, criado a partir da decisão de Kirchner e Lula na cúpula de 18 de novembro no Brasil, permitiu avançar "a solução de temas para a melhor dinamização do comércio". O secretário argentino das Relações Econômicas Internacionais, Alfredo Chiaradía, destacou que nos últimos meses de 2009 "conseguimos um modus vivendi aceitável", porque a Argentina encurtou o prazo para aprovar as licenças não automáticas que aplica e o Brasil também, particularmente para produtos perecíveis. Em 2009, o intercâmbio comercial bilateral registrou uma significativa queda de 20%, com um déficit para a Argentina de 543 milhões de dólares, segundo números dos dois países. Na sexta-feira, participarão das reuniões os ministros brasileiros da Fazenda, Guido Mantega, e da Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, junto com seus colegas argentinos Amado Boudou (Economia) e Débora Giorgi (Indústria). Taiana revelou que também discutirá com Amorim o sistema de pagamento em moeda local, em especial nas compras de energia elétrica entre os dois maiores sócios do Mercosul, também integrado por Paraguai e Uruguai.