Por que as cédulas de reais vão mudar
O real consolidou-se como uma moeda forte, o que tem estimulado as falsificações, inclusive no exterior. O Banco Central acredita que, com o avanço das tecnologias digitais, é necessário dotar as cédulas de mecanismos de segurança mais modernos.
As novas notas só entrarão em circulação a partir de abril deste ano. O primeiro lote será apenas de cédulas de R$ 50 e de R$ 100, as mais falsificadas. As de R$ 10 e R$ 20 só serão liberadas no primeiro semestre do ano que vem e as de R$ 2 e R$ 5, no primeiro semestre de 2012.
As cédulas antigas continuarão circulando normalmente. Portanto, não há motivo para uma corrida aos bancos para efetuar a troca das notas. A substituição será feita normalmente pelo BC ao longo de anos, ao retirar as cédulas desgastadas pelo tempo.
As notas novas poderão ser sacadas normalmente nos caixas eletrônicos. Os bancos informam que, mesmo com as cédulas tendo tamanhos diferentes, de acordo com o valor, as máquinas estão preparadas para atender os saques.
O BC informa que, por enquanto, não está prevista a produção de notas de R$ 1 pelo novo modelo. Na verdade, há tempos a Casa da Moeda deixou de fabricar cédulas nesse valor, optando por moedas, por serem mais baratas.
Os novos tamanhos
As futuras cédulas terão tamanhos diferenciados e marcas de identificação em relevo mais pronunciadas para facilitar a vida de mais de 2,5 milhões de deficientes visuais. Quanto menor o valor, menor a nota, seguindo o modelo usado pelo euro.
Veja as medidas exatas:
- 2 reais ; 12,1cm x 6,5cm
- 5 reais ; 12,8cm x 6,5cm
- 10 reais ; 13,5cm x 6,5cm
- 20 reais ; 14,2cm x 6,5cm
- 50 reais ; 14,9cm x 7,0cm
- 100 reais ; 15,6cm x 7,0cm
Os novos equipamentos de fabricação e os insumos usados pela Casa da Moeda permitirão a impressão de notas com desenhos mais complexos, com maior precisão, aumentando a percepção de qualidade superior.
Alguns elementos de segurança já presentes nas atuais cédulas ; como a marca d;água, o registro coincidente e a imagem latente ; foram redesenhados para facilitar a sua verificação pela população e dificultar a falsificação. Nas notas de R$ 50 e R$ 100, a maior mudança será a inclusão de uma faixa holográfica com desenho personalizado para cada denominação, como já existe na cédula de R$ 20.
A fim de facilitar a identificação visual das futuras cédulas e diminuir o impacto da mudança para o cidadão comum, optou-se por manter a temática das atuais cédulas do real. Mas foram desenvolvidas novas gravuras, tanto da figura da República quanto dos animais que estampam os reversos das notas.
A nova orientação dos reversos das notas permitiu uma diagramação com maior destaque para elementos de segurança importantes para a população, como a marca d;água, e a inclusão dos elementos novos, sem que se perdesse a referência visual das atuais cédulas.
O BC optou por manter, nas futuras cédulas, os valores (2, 5, 10, 20, 50 e 100 reais) e os temas (figura da República e animais da fauna brasileira). A cor predominante de cada nota também será mantida, mas como a nova família conta com recursos de produção mais avançados, haverá uma maior riqueza de cores de fundo.
As novas cédulas custarão 28% mais que as atuais, mas deverão ter durabilidade 30% maior. Nas contas do BC, o governo gastará pelo menos R$ 384 milhões por ano para emitir as futuras cédulas e substituí-las. As cédulas de R$ 2 e R$ 5, de maior circulação, serão revestidas de uma camada de verniz.
NÚMEROS IMPORTANTES
4,7 bilhões
é o total de notas em circulação hoje no país
1,6 bilhão
é o total de cédulas de R$ 50 e de R$ 100 em circulação
R$ 115 bilhões
é o total de dinheiro em circulação na economia, sendo 97% em cédulas
70%
das pessoas pagam as suas contas em dinheiro
50%
dos trabalhadores recebem seus salários em dinheiro
83%
dos países têm notas com tamanhos diferenciados
143
é o total de notas falsificadas no Brasil por lote de 1 milhão
53
é o total de cédulas falsificadas na Europa por lote de 1 milhão