Depois de enfrentar uma das maiores crises de crédito, os produtores de açúcar e etanol do Brasil estão agora em alerta para uma nova doença fúngica que pode provocar perdas de R$ 300 milhões por ano. A ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar, uma doença disseminada pelo ar e que há uma década dizimou a produção da Austrália, foi agora observada pela primeira vez no maior estado produtor do Brasil, São Paulo.
Para especialistas, a doença não deve ter um grande efeito sobre a produção porque cerca de 70% das variedades de cana atualmente usadas no país são resistentes à doença, segundo estimativas do Ministério da Agricultura. Entretanto, a única maneira de combate é extirpando as variedades não resistentes. O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar e etanol de cana, moendo em duas semanas o equivalente a toda a produção anual da Austrália.
Causada pelo fungo Puccinia kuehnii, a ferrugem afeta as folhas da cana, reduzindo a fotossíntese e a sua capacidade de produzir sacarose ; a matéria-prima para o açúcar e o etanol. Depois que o primeiro caso foi confirmado em Araraquara em dezembro, a doença foi verificada em várias outras cidades paulistas, como Ribeirão Preto, Araçatuba e Piracicaba. São Paulo responde por mais de 60% da produção de cana do país.