O mercado mundial de café está passando por uma fase de turbulências, afetado por reservas baixas, um tempo desfavorável para a colheita no Brasil e uma recuperação mais lenta que o previsto na América Central, informou nesta segunda-feira a Organização Internacional do Café (OIC).
"Além do Brasil, cuja queda de produção se confirmou na temporada 2009/2010, a recuperação foi mais lenta do que o previsto na América Central e na Colômbia", escreveu a OIC em seu relatório mensal.
"O fornecimento mundial de café deverá ser limitado em 2010, devido ao baixo nível das reservas e ao mau tempo, que pode afetar a qualidade das colheitas e estimular o surgimento de doenças", acrescentou.
Segundo a OIC, a produção mundial de café para a temporada 2009-2010 será de 123,7 milhões de sacas (uma saca tem 60 kg). Já o consumo mundial de café deve atingir 132 milhões de sacas em 2009, contra 130 milhões em 2008.
A solução à escassez de café virá provavelmente do Brasil. De acordo com uma primeira estimativa das autoridades brasileiras, as colheitas que começarão em abril deverão dar uma produção entre 45,9 e 48,7 milhões de sacas.
"Mesmo que este número represente um aumento importante da produção, as colheitas do Brasil não deverão gerar um excedente mundial, pois a tendência é que sejam absorvidas em dois anos", ressaltou a OIC.
As colheitas de café seguem um ciclo bienal, marcado pela alternância entre a abundância e a escassez. A OIC lembrou que na temporada 2008/2009 a produção mundial chegou a 128 milhões de sacas, para uma demanda total de 130 milhões de sacas.