A Espanha assumiu oficialmente nesta sexta-feira a presidência rotativa da União Europeia (UE), e já anunciou que prepara uma "Estratégia Europa 2020" - um plano para tirar o continente da crise nesta nova década, que exigirá mais coordenação entre as políticas dos países membros do bloco.
"Definir e aprovar uma estratégia para 2020 (é) a grande questão destes seis meses, (e) a presidência já trabalha nesse principal objetivo", anunciou o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, falando em Madri depois de um encontro com os presidentes permanentes da UE, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que inaugurou a presidência semestral espanhola.
Van Rompuy convocou uma cúpula informal para o dia 11 de fevereiro para abordar questões econômicas, em particular dois temas: a crise econômica e as metas para conter o aquecimento global, indicou nesta sexta-feira o presidente do Conselho.
Com esta nova estratégia, o objetivo é "garantir uma plena recuperação da União Europeia depois desta crise", segundo Van Rompuy.
O novo plano substituirá a Estratégia de Lisboa, aprovada em 2000, uma iniciativa na qual o bloco europeu estabelecia o objetivo de se tornar a economia mais competitiva do mundo em 2010, com uma economia baseada no conhecimento - o que não se tornou realidade.
Agora, enquanto o mundo sai pouco a pouco da crise, a UE quer "superar os objetivos a curto prazo relacionados à crise", além de "trabalhar em cima de mudanças estruturais para criar postos de trabalho".
"Precisamos de mais crescimento econômico para financiar nosso modelo social e preservar o modo de vida europeu", afirmou o presidente permanente da UE.
Neste semestre de preparação da nova estratégia, que Van Rompuy pretende aprovar em junho, haverá "um debate profundo de ideias, mobilizador para a sociedade, as empresas, os sindicatos, as universidades, as pequenas e médias empresas", disse por sua vez Zapatero.
A meta é construir uma "economia social de mercado competitiva e sustentável", indicou Barroso, e para isso será necessário "mais pesquisa e desenvolvimento (...), (superar as) limitações do crescimento econômico", entre outros.
A Espanha, que ainda está em recessão - enquanto a maioria dos grandes países europeus já conseguiram sair e recuperam aos poucos o crescimento -, quer impulsionar, durante sua presidência, "uma política unida, especialmente na questão econômica", disse Zapatero nesta sexta-feira: um verdadeiro "governo econômico" europeu com mais compromisso e trabalho comum de seus membros para cumprir acordos comuns como a Estratégia 2020.
Este discurso, no entanto, pode provocar certa reticência por parte do Reino Unido e de outros países mais liberais, como a Alemanha, ao mesmo tempo em que conta com o apoio de membros como a França.