Jornal Correio Braziliense

Economia

EUA fecham 2009 com mais desemprego do que o previsto

WASHINGTON - Os Estados Unidos encerraram um 2009 negro para o emprego, com o mês de dezembro marcado por um forte retorno das demissões, ou seja, uma perda de 85.000 postos de trabalho, segundo cifras oficiais publicadas nesta sexta-feira, em Washington.

A primeira economia mundial eliminou 85.000 empregos em dezembro, de acordo com os dados corrigidos das variações sazonais, depois de ter registrado cifras positivas em novembro passado após 22 meses de perdas, informou o relatório mensal do departamento do Trabalho.

As cifras revisadas indicam ainda que os Estados Unidos criaram apenas 4.000 novos postos em novembro.

A decadência em dezembro é muito pior do que a esperada pelos analistas.

As cifras do departamento do Trabalho revelam, além disso, que o emprego caiu 3% nos Estados Unidos em 2009, número nunca visto desde 1949.

Em valores absolutos, a quantidade de empregos perdidos durante o ano (4,6 milhões) é a mais elevada a figurar nos anais desta pasta, que remonta a 1939.

Apesar da alta na eliminação de empregos, a taxa de desemprego americano se manteve estável em 10,0% em dezembro.

"Temos uma firme, mas muito lenta melhoria no mercado do emprego", afirmou Robert MacIntosh, economista do Eaton Vance. "Vamos ter que nos acostumar às taxas de desemprego frustrantemente altas".

Por seu lado, Cary Leahey, economista da firma Decision Economics, classificou os dados de decepcionantes e consistentes com uma economia que ainda está deprimida. "Não vimos ainda uma volta decisiva do mercado de trabalho", comentou.

Os principais empregos perdidos em dezembro (81.000) corresponderam ao setor industrial. O setor de serviços, que representa mais de 85% da mão-de-obra empregada, voltou a perder empregos em dezembro (-4.000), depois de ter conseguido criar 62.000 postos em novembro.

Vários segmentos deste setor foram, no entanto, criadores de emprego: é o caso do serviços empresariais, da educação e da saúde, como aconteceu durante o mês anterior, além do das finanças ( 4.000).

A criação de empregos temporários (primeira etapa antes da criação de empregos definitivos) aumentou em dezembro, mas menos do que em novembro. De forma geral, o número de horas trabalhadas não aumentou durante o último mês de 2009.

O relatório do departamento do Trabalho é publicado dois dias depois que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) manifestou sua preocupação pela questão do emprego, segundo as atas da última reunião do comitê de política monetária.

"A fragilidade do mercado de trabalho continua sendo fonte de grande preocupação para os participantes" na reunião realizada em 15 e 16 de dezembro, segundo o documento divulgado na quarta-feira.