Jornal Correio Braziliense

Economia

Controle rigoroso teria impedido crise financeira, diz Bernanke

Um controle mais rígido dos agentes financeiros poderia ter impedido a eclosão da bolha imobiliária, que provocou a recessão da economia dos Estados Unidos e tomou a dimensão de crise mundial, no fim de 2008. Foi o que defendeu ontem o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, que observou que os formuladores de políticas econômicas não podem mais excluir a política monetária para controlar o aumento de risco. Para o executivo, ações regulatórias e de supervisão, e não elevar as taxas de juros, seriam formas mais eficazes de frear o aumento dos preços de imóveis nos Estados Unidos. [SAIBAMAIS]"Se reformas adequadas não forem feitas, ou se forem feitas mas se provarem insuficientes para prevenir aumentos perigosos de riscos financeiros, nós precisamos nos manter abertos para usar a política monetária como uma ferramenta suplementar para cuidar daqueles riscos", disse Bernanke, que tem sido alvo de fortes críticas sobre suas ações para lidar com a crise. A nova nomeação de Bernanke à presidência do banco central norte-americano enfrenta um grau de rejeição incomum e os poderes do Fed devem ser limitados se as propostas parlamentares que estão em andamento forem aprovadas. Em discurso preparado para a American Economic Association, Bernanke reconheceu que os formuladores de política econômica não podem mais eliminar o aumento de taxas de juros do seu arsenal para prevenir crises futuras e reiterou a confiança de que o Fed conseguirá retirar seu auxílio extraordinário à economia quando for o momento. "Nós temos uma estratégia muito robusta. Ela inclui tanto aumentar a taxa de juros que nós pagamos sobre as reservas quanto um número de medidas que nós temos testado e que nos permitirão drenar reservas do sistema. Então, estamos bem confiantes de que nós podemos limitar um crescimento mais amplo de dinheiro e de crédito o quanto for necessário para sair dessas políticas incomuns quando for o momento", disse ele.