A venda de moradias usadas nos Estados Unidos subiu com força no mês passado, influenciada pela contínua queda dos preços e pela pressa dos compradores para aproveitar um crédito tributário, afirmou Associação Nacional de Corretoras de Imóveis (NAR, na sigla em inglês) por meio de um relatório. As vendas aumentaram em 7,4% e chegaram a uma taxa anual de 6,54 milhões de unidades.
O ritmo divulgado ontem é o mais rápido desde fevereiro de 2007, superando a expectativa de 6,25 milhões de unidades. As vendas de outubro foram revisadas para baixo, de 6,10 milhões para 6,09 milhões. Em comparação com novembro do ano passado, as vendas de casas usadas acumulam alta de 44,1%, maior subida anual desde 1999. Esse desempenho foi fundamental para garantir o bom humor na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que terminou o dia em alta de 2,2%.
O início da terça-feira foi instável no mercado por causa da primeira informação divulgada no dia. A economia norte-americana cresceu no terceiro trimestre num ritmo mais fraco do que o inicialmente pensado, refreada por fracos investimentos empresariais e por uma liquidação de estoques um pouco mais agressiva. Segundo o Departamento de Comércio, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre cresceu a uma taxa anual de 2,2%. A estimativa anterior havia apontado expansão de 2,8%. A maioria dos analistas econômicos esperava que o dado não fosse revisado.
Mesmo assim, foi o maior crescimento desde o terceiro trimestre de 2007, pondo fim a quatro trimestres seguidos de declínio do PIB. A retomada do crescimento no período entre julho e setembro deve ter encerrado a mais brutal recessão desde os anos de 1930. O crescimento foi impulsionado por programas de estímulo do governo, como o popular incentivo à compra de automóveis e redução de impostos para compradores do primeiro imóvel. Mas o debate continua sobre a sustentabilidade da recuperação quando o apoio do governo à economia for retirado.
Os gastos empresariais no terceiro trimestre foram mais fracos do que o governo havia estimado no mês passado. Os investimentos empresariais caíram 5,9% ao invés de 4,1%. Uma queda maior no setor de construção de estruturas não-residenciais e a forte demanda por importações, que ofuscou o crescimento das exportações, limitaram o crescimento no terceiro trimestre, segundo o relatório. A atividade de construção não-residencial caiu 18,4% no terceiro trimestre ao invés de 15,1%. Isso cortou 0,68 ponto percentual do PIB.
As importações cresceram 21,3%, maior aumento desde o primeiro trimestre de 1984, em vez de 20,8%, enquanto as exportações cresceram 17,8%. Isso provocou um deficit comercial que tirou 0,81 ponto percentual do PIB. Apesar de ter sido revisto ligeiramente para baixo, o gasto do consumidor ajudou a diminuir a pressão sobre o crescimento gerada pela queda do investimento empresarial. O gasto do consumidor, que normalmente corresponde a cerca de 70% da atividade econômica, cresceu 2,8% no terceiro trimestre em vez de taxa de 2,9% que o governo tinha estimado em novembro.
Os empresários liquidaram estoques de forma mais agressiva que o estimado anteriormente. Os estoques caíram US$ 139,2 bilhões, e não R$ 133,4 bilhões como estimado pelo governo em novembro. Excluindo-se os estoques, o PIB dos EUA cresceu 1,5%. O relatório do PIB também mostrou que os lucros corporativos depois de impostos cresceram 12,7% no terceiro trimestre, em vez de taxa de 13,4% divulgada anteriormente. Ainda foi o maior aumento desde o primeiro trimestre de 2004, mas ficou abaixo das expectativas de analistas.