O nível de confiança do consumidor na economia brasileira recuou 2,4% em dezembro, na comparação com novembro. No comunicado divulgado ontem, a Fundação Getulio Vargas informa que, com o resultado de dezembro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) passou de 115,1 para 112,3 pontos, um patamar próximo ao observado no terceiro trimestre de 2009, quando atingiu 111,2 pontos.
Na avaliação da FGV, ;houve diminuição da satisfação com a situação atual da economia e das finanças pessoais, após sete meses de avanço;. Em relação à situação atual, a confiança do consumidor caiu 2,7% e para os próximos meses, o grau de otimismo recuou 2,4%, o menor nível desde maio de 2009, segundo a instituição.
A maior contribuição para a queda do índice ficou com o quesito que mede a satisfação com a situação financeira da família. O indicador caiu 4,3%, atingindo o menor nível desde julho de 2009. A expectativa com a evolução da situação econômica local nos próximos seis meses também ficou menos favorável em dezembro. A pesquisa mostra que a proporção de consumidores que acreditam na melhoria do cenário econômico passou de 29,9% para 26,5% e a parcela dos que projetam piora diminuiu de 9,6% para 9,0%.
Alemanha
A confiança do consumidor alemão deve ser menor em janeiro, com preocupações sobre o desemprego pesando sobre a propensão das pessoas a gastar, mostraram dados divulgados ontem. O indicador de confiança do grupo de pesquisa GfK, que ouviu 2 mil consumidores alemães, caiu para 3,3 em janeiro, de uma leitura revisada de 3,6 em dezembro. O número deste mês tinha sido inicialmente divulgado como 3,7. O indicador futuro sinalizou um começo ruim para 2010, registrando seu terceiro declínio mensal consecutivo e ficando abaixo da média de quatro anos de 4,9 e de uma previsão de 3,5 feita por economistas.
;O gasto provavelmente não será forte o suficiente para levar a uma reviravolta em uma base anual;, disse Simon Junker, do Commerzbank. ;Para o ano todo, ao contrário, devemos ver um movimento lateral ou uma estagnação.; O consumo privado alemão despencou no terceiro trimestre, após ter sido o condutor do crescimento econômico no período entre abril e junho às custas de um programa de incentivo ao consumo do governo, agora esgotado. Economistas esperam que o enfraquecimento dos gastos do consumidor pese sobre o crescimento da maior economia da Europa, a despeito da aprovação na semana passada do primeiro grande pacote de corte de impostos da nova coalizão da primeira-ministra Angela Merkel.
Domicílios
A pesquisa foi feita em mais de 2 mil domicílios em sete capitais brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre) entre 30 de novembro e 18 de dezembro. O índice tem uma escala que vai de zero a 200 pontos. Quanto mais próximo de 200, maior a confiança do consumidor.