A arrecadação de impostos e contribuições federais em novembro foi a melhor da história para meses de novembro e mostra que o país já entrou em um processo de "reversão", em decorrência da melhora da atividade econômica. A análise é do coordenador-geral de Estudos, Previsão e Análise da Receita Federal, Raimundo Eloy.
"Em novembro, nós consolidamos a reversão em relação ao que vinha sendo observado nos meses anteriores. Até setembro nós tínhamos decréscimos mensais de 7%".
Segundo ele, a arrecadação é significativa em um ano marcado pela forte crise econômica mundial, que levou o governo brasileiro a adotar medidas de incentivos da ordem de R$ 24,9 bilhões. Em novembro foram R$ 2 bilhões. Por outro lado, foram arrecadados R$ 3 bilhões por conta de parcelamentos de débitos tributários atrasados.
"É importante frisar que mesmo retirando esses efeitos, mesmo assim, nós ainda temos um crescimento em torno de 9% na arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal".
Os principais fatores que contribuíram para o resultado de novembro foram fatos gerados no mês de outubro, que em comparação com o mesmo período de 2008 representaram elevação de 23,6% na venda de veículos, 11,2% na venda de bens e serviços, 5,57% na massa salarial, mesmo com redução de 3,2% na produção industrial.
Outros fatores foram os parcelamentos de impostos, com R$ 3 bilhões, a transferência de depósitos de R$ 2,1 bilhões, o crédito prêmio em R$ 300 milhões. As desonerações, como a do Imposto sobre Produtos Industrializados nas compras de eletrodomésticos e móveis consumidor, somaram R$ 2 bilhões.