Preocupado em recuperar o crédito para poder comprar no Natal, o consumidor está quitando débitos atrasados. Em novembro, o Serviço de Proteção ao Crédito Brasil (SPC) registrou uma queda de 3,02% na inadimplência frente a outubro. Ao mesmo tempo em que diminuiu o número de devedores, a atividade no varejo cresceu em decorrência das primeiras compras natalinas (1) e obteve uma alta de 0,48% frente ao mês anterior. Mas, para os lojistas, o número ainda é pequeno e significa que os presentes serão, na maioria, de última hora.
Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o brasileiro é um bom pagador e necessita de crédito para poder realizar seus sonhos de consumo. "Por isso, esse perÃodo que antecede o Natal é de queda da inadimplência. O consumidor precisa limpar o nome porque ele não quer deixar de comprar", disse o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro. Pressionados pela proximidade das compras de Natal, consumidores com o nome no SPC começaram a pagar as dÃvidas atrasadas.
"Como o crescimento da demanda foi pequeno em novembro, estamos pedindo que os comerciantes façam horários diferenciados, mais longos, para atender a todo mundo", disse o presidente do SPC Brasil, Roberto Alfeu Pena Gomes. Estrategicamente, o lojista aguarda outubro para incluir mais clientes na lista de devedores, já contando com a chegada da primeira parcela do 13º salário, em novembro, para a quitação dos débitos. A tendência, segundo Gomes, é de que em dezembro a queda no número de inadimplentes se acentue. No ano, a taxa está negativa em 13,7%.
1- Dinheiro vivo
A despeito do avanço dos cartões na economia, o dinheiro ainda continua como preferência dos brasilienses, que apostam no pagamento à vista para obter descontos de 5% a 10%. De acordo com a pesquisa Percepção do Comércio no DF, realizada pela CNDL, 45,6% dos entrevistados optaram pelo dinheiro. Os cartões de débito e de crédito aparecem, respectivamente, como segunda e terceira opções.