O ministro da Fazenda, Guido Mantega, revisou para baixo o crescimento da economia neste ano, que até ontem, segundo ele, seria de 1% de alta. Sem arriscar números, disse acreditar em um resultado positivo. A afirmação do ministro veio após a divulgação pelo IBGE de que o Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas produzidas no país, no terceiro trimestre do ano avançou 1,3% ante o segundo trimestre, na comparação já descontando os efeitos sazonais (condição de tempo).
[SAIBAMAIS]As projeções do Ministério da Fazenda divulgadas ontem na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, era de que o PIB no terceiro trimestre avançaria 2%. Nesta conta, a Fazenda acreditava que o crescimento anualizado da economia brasileira já no terceiro trimestre seria de 8%. Entretanto, os novos dados apresentados nesta quinta-feira (10/12) mostraram um crescimento bem mais tímido do que o anunciado pelo Ministério, de 5,1% de evolução anualizada. O ministro disse também que continua com a revisão de que o PIB crescerá 5% em 2010, apesar do baixo resultado divulgado hoje.
Guido Mantega disse, porém, que as previsões de alguns analistas de mercado, que apontavam para altas de até 7% do PIB no próximo ano, terão de ser revistas. "Os dados revisados do IBGE mostraram que a queda dos primeiros trimestres não havia sido tão forte quanto acreditávamos, mas mostraram também que a recuperação não foi tão forte", disse o ministro.
Estímulos
O ministro da Fazenda descartou propor novas desonerações fiscais para o próximo ano. Ele disse também que boa parte dos estímulos já concedidos deverão se encerrar em 2010, dando mais espaço fiscal para o governo cumprir as metas de economia para pagamentos dos juros da dívida. "Vamos cumprir o superavit (primário) de 3,3% em 2010. No próximo ano não vai estar sobrando recursos. Os gastos vão se concentrar nos investimentos e na área social", disse o ministro.