SEUL - O comércio mundial deve recuar mais de 10% em 2009, com a crise econômica e financeira, o que constitui uma queda inédita, advertiu nesta segunda-feira o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, em Seul.
Nesta conjuntura, Lamy pediu resistência às pressões protecionistas e reiterou que as esperanças de dar partida às negociações sobre a Rodada de Doha de liberalização do comércio mundial no próximo ano são incertas.
"Em fevereiro deste ano, a recessão teve seu ponto mais forte", disse o diretor-geral da OMC em um fórum em Seul.
"Menos de um ano depois, houve progresso, mas ainda não saímos da crise", acrescentou.
"O processo de limpeza está a meio caminho, mas os progressos são ainda muito lentos", continuou Lamy.
Segundo ele, as pressões para a adoção de medidas protecionistas com seus ganhos ilusórios para as economias nacionais não vão desaparecer tão cedo. Quanto à queda de mais de 10% no comércio mundial, o diretor-geral da OMC indicou que se tratava de um dado sem precedentes em tempos modernos.
Durante seu discurso e depois de uma entrevista coletiva à imprensa, Lamy se referiu às negociações da estancada Rodada de Doha e insistiu que sua conclusão é vital para restaurar a confiança dos consumidores e os empresários e reforçar os governos em sua luta contra o protecionismo.
Mas não haverá acordo se esforços sérios de cada uma das partes, disse Lamy.
Os países da OMC encerraram semana passada, em Genebra, sua conferência de ministros, sem conseguir destravar a Rodada de Doha, cuja conclusão em 2010 depende agora de um avanço concreto até março próximo.