Jornal Correio Braziliense

Economia

Chegada do verão inflaciona preços de produtos da estação em 3,2%

Antes da chegada do verão, que começa oficialmente em 21 de dezembro, a inflação dos produtos mais demandados no período já corrói o dinheiro do consumidor. Levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que, na média, os itens da estação estão 3,2% mais caros que o registrado em igual período de 2008 - com base na inflação acumulada de dezembro do ano passado a novembro de 2009. As maiores altas foram no custo com teatro (9,90%) e no valor do chope e da cerveja (9,69%). A expectativa é de que, com o início do verão, os preços subam ainda mais. Um dos motivos para elevação em alguns produtos foi o calor fora de época, que em determinadas regiões do país ficou cinco graus centígrados acima do que era esperado para novembro e parte de dezembro. Para alguns itens, a inflação mais que dobrou: situação da cerveja, do chope e dos refrigerantes light e diet. Mas, apesar da alta, produtos que amenizam a temperatura seguiram trajetória contrária. Caso, por exemplo, dos aparelhos de ar-condicionado, que registraram deflação de 6,03%. "Antes desse período, quando a temperatura andou amena, não havia demanda aquecida por ar-condicionado. E é natural o preço dele cair no inverno. Mas, a partir de agora, a tendência é só de alta", afirmou André Braz, economista da FGV responsável pelo estudo. Pressão Segundo o economista, a inflação registrada antes do verão não significa que o período deixará de marcar altas. Para Braz, o aumento sazonal da época ainda não ocorreu. "Esse incremento vai ser maior. Vai haver uma pressão grande de demanda. Os preços desses produtos não têm espaço para cair. Queda de preços, só depois do Carnaval", avaliou. Além do calor, muitas categorias tiveram ganhos reais acima ou no mesmo patamar da inflação, o que se converteu em mais dinheiro na mão do consumidor e em compras. Os preços também foram pressionados pelas facilidades de crédito e prazos alongados. "Isso significa que ir ao teatro, beber um chope ou entrar em um restaurante ficou mais caro neste ano", resumiu Braz. Dos 32 itens avaliados pela FGV, 18 registraram alta acima da inflação, que acumula elevação 4,23% no ano. Oito deles ficaram abaixo e seis obtiveram variação negativa. Passagem aérea foi o item cujo preço mais caiu nos últimos 12 meses. Recuou 29,57%.