Jornal Correio Braziliense

Economia

BB reforçará capital

Banco do Brasil receberá injeção de recursos, parte deles do Tesouro, para poder emprestar mais

Para não ser obrigado a botar o pé no freio do crédito em 2010, quando a economia deverá registrar crescimento superior a 5%, o Banco do Brasil receberá uma forte injeção de capital, inclusive do Tesouro Nacional. Segundo o vice-presidente de Finanças da instituição, Ivan Monteiro, serão feitas duas operações conjuntas com esse intuito: a emissão de novas ações e a venda de parte dos papéis que estão em poder do grupo controlador do banco, liderado pelo Tesouro. Sem as operações, o BB teria que reduzir, de forma significativa, a oferta de empréstimos aos consumidores e às empresas. "O modelo da capitalização será definido depois dos estudos iniciados ontem", afirmou. Monteiro ressaltou que, com o crescimento da carteira de crédito nos últimos meses e a incorporação dos bancos Votorantim e Nossa Caixa, o índice de Basileia caiu para 13%, muito próximo do limite mínimo de segurança, de 11%, fixado pelo Banco Central. Quanto maior for esse índice, maior é a capacidade de uma instituição de liberar crédito. O executivo lembrou que, já antevendo os limites operacionais, o BB fez duas operações, uma delas, de dívida perpétua, com a qual captou US$ 1,5 bilhão, para reforçar o capital. Quando as duas operações forem aprovadas pelo BC, o índice da Basileia do BB subirá para 13,9%, o que lhe dará uma folga para empréstimos de até R$ 100 bilhões. O Tesouro detém hoje 65,4% do capital do BB. Outros 10,4% estão nas mãos da Previ, o fundo de pensão dos empregados da instituição, e 2,5%, com a BNDESpar. Crédito para taxista O Banco do Brasil começou ontem a oferecer linha de crédito para taxistas interessados em adquirir veículos novos. Os recursos da carteira, que totalizam R$ 200 milhões, virão do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Por meio da linha, o taxista poderá financiar até 90% do valor do carro e o seguro inicial, considerando o limite de R$ 60 mil. Como obrigatoriedade, os automóveis devem ser fabricados no Brasil. O financiamento pode ser solicitado nas agências do Banco do Brasil e estará sujeito à aprovação cadastral. O custo da linha de crédito corresponde à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), fixada em 6% ao ano, mais 4% ao ano. O prazo máximo da operação é de 60 meses, incluídos três meses de carência. O empréstimo pode ser feito por correntistas do BB, desde que autorizados pelo poder público para o exercício da atividade de taxista. A operação é individual e limitada a um veículo por CPF. A estimativa é de que existam cerca de 300 mil táxis e 900 mil taxistas em todo o país.