O Brasil sofreu uma severa restrição de liquidez durante a crise, mas não enfrentou uma crise bancária considerada clássica, na avaliação do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. Um exemplo de crise clássica, segundo ele, é quando um banco quebra e vários outros quebram em sequência, em consequência do colapso na primeira instituição.
[SAIBAMAIS]Para o presidente do BC, o que houve foi uma severa restrição de liquidez, que afetou mais as pequenas instituições, e foi combatida pelo governo de forma rápida. Meirelles lembrou que o governo brasileiro, o Estado soberano, era credor, e não devedor em moeda externa. Portanto, tinha condições de tomar decisões para enfrentar a crise.
De acordo com Meirelles, além das reservas, o Banco Central tinha posição no mercado futuro, em dólares, e depósitos compulsórios [recolhimento obrigatório que as instituições financeiras fazem no BC] de liquidez dos bancos no valor de R$ 260 bilhões que puderam ser liberados na economia para dar liquidez ao mercado.
;Portanto, é uma conjugação de medidas corretas, além de recursos para fazê-las, enquanto outros países não tinham condições;, afirmou Meirelles. Para ele, depois de adotar essas medidas para que a funcionalidade e normalidade do mercado fossem restabelecidas gradualmente, o Brasil pode aplicar incentivos fiscais para combater a crise com ;mais eficiência; e a queda da taxa básica.
Meirelles destacou que houve uma sequência de ações que permitiu que o Brasil tivesse condições de enfrentar a crise com sucesso, sair forte, com condições financeiras preservadas e sem grandes danos.
;O país saiu forte da crise, saiu bem e saiu recuperado. Há um custo e não vamos subestimar a crise, que atingiu o Brasil de uma forma violenta. Foi grave e gerou consequências graves;, concluiu.