O governo decidiu desonerar ainda mais o setor produtivo, que, segundo explicou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ainda tem espaço para crescer. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (25/11) o chefe da Fazenda anunciou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados para o setor moveleiro, conforme o Correio havia antecipado em matérias anteriores. Segundo o ministro, diversos produtos, entre os quais insumos para a indústria, terão alíquota zerada de imposto, fazendo com que o produto fique mais barato ao consumidor. "Estamos dando uma contribuição, mas espero que o setor aproveite essa oportunidade para fazer promoções de fim de ano e abaixe ainda mais os preços, reduzindo as margens (de lucro)"
[SAIBAMAIS]Seguindo as linhas das últimas desonerações anunciadas pela Fazenda, Guido Mantega também destacou que essa nova benesse também segue a cartilha da sustentabilidade. "Os painéis, por exemplo, que são a bese de fabricação dos móveis terão que ter selo de madeira de reflorestamento. Portanto, estamos falando de formalidade e preservação do meio ambiente", explicou.
Materiais de construção
Também nesta quarta, Guido Mantega anunciou a extensão da desoneração para o setor de construção civil, que acabaria em dezembro deste ano. De acordo com o ministro, produtos como o cimento, as tintas, as argamassas, banheiros, boxes e revestimentos continuarão com alíquotas menores até junho do ano que vem.
O custo das medidas anunciadas pelo ministro é de R$ 900 milhões para os cofres públicos, sendo R$ 686 milhões gastos com a construção civil e R$ 217 milhões com o setor moveleiro.
Empréstimo internacional
O ministro também explicou que o Brasil deverá aumentar a sua parcela de dinheiro aportado na linha de crédito criada pelos países emergentes e desenvolvidos para o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo explicou o ministro, a participação do Brasil no Novo Arranjo para Tomador de Crédito (NAB - New Arrengement to Borrow, , na sigla em inglês), deverá aumentar de US$ 10 bilhões para US$ 14 bilhões.
"O Brasil está fazendo este aporte maior como os demais países do Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) para aumentar a participação dos emergentes nas decisões do Fundo. Teremos 15% da participação dos créditos que são aportados no NAB, o que nos permitirá termos direito a voto nas decisões de empréstimo desta linha no FMI", explicou Mantega.
O ministro disse também que o empréstimo deverá servir como um cheque especial, em que o dinheiro a ser emprestado ao NAB permanecerá nas reservas externas brasileiras - hoje em US$ 236 bilhões até que haja demanda pelo dinheiro. Ou seja: esse dinheiro só sairá da economia brasileira caso o FMI aprove o empréstimo ao país necessitado. "É como se mandasse a esse país um direito especial de saque e pode ser convertido em moeda de qualquer economia a todo momento", explicou Mantega.
Superávit primário
Apesar de todas essas medidas envolverem um dispêndio bilionário do governo, o ministro da Fazenda assegurou o compromisso em cumprir as metas fiscais.
"No ano que vem, eu tenho que entregar um [superávit] primário (economia para o pagamento de juros da dívida) de 3,3% e eu estou assegurando que vamos cumprir. É um compromisso já assumido por esse governo", declarou Mantega.