Jornal Correio Braziliense

Economia

Juros bancários de pessoa física têm primeiro aumento em 11 meses

Às vésperas do Natal, as taxas de juros cobradas dos consumidores pelos bancos subiram pela primeira vez desde novembro do ano passado. Segundo o Banco Central, a taxa cobrada das pessoas físicas atingiu em outubro 44,2% ao ano, com alta de 0,6 ponto percentual em relação a setembro. Para as empresas, os juros deram um salto de 0,2 ponto percentual para 26,5% ao ano - patamar mais alto desde janeiro de 2009. Na média geral, os juros computaram elevação de 0,3 ponto, alcançando 35,6% ao ano, também a taxa mais elevada desde novembro de 2008. [SAIBAMAIS]As taxas subiram apesar da queda da inadimplência entre as pessoas físicas e de o calote entre as empresas ter se estabilizado. O que pesou mais para o aumento dos juros foi a decisão dos bancos de pararem de reduzir o chamado spread, diferença entre o que pagam aos investidores e o que cobram dos devedores. É com o spread que os bancos garantem os seus lucros. Os juros mais altos não impediram, porém, os consumidores de se endividarem. O volume total de crédito da economia brasileira cresceu 1,4% no mês passado, totalizando R$ 1,366 trilhão. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o total de créditos chegou a 45,9%. A alta dos juros para a pessoa física foi puxada pelo crédito pessoal e pelos financiamentos de veículos. Nos empréstimos aos consumidores, as taxas passaram de 44,7% para 45,7% ao ano entre setembro e agosto. Já nos financiamentos de veículos, os juros subiram, no mesmo período, de 24,9% para 25,6% ao ano. A boa notícia foi que os cheque especial, cujas taxas vinham em trajetória de alta, apontou retração. A taxa dessa modalidade de crédito recuou 2,7 ponto percentual para 160% ao ano. No Crédito Direto ao Consumidor (CDC), os juros recuaram de 51,4% para 50% ao ano.