A montadora americana General Motors (GM) reembolsou todo o crédito de 1,5 bilhão de euros (2,245 bilhões de dólares) que o governo da Alemanha concedeu para manter a salvo a filial Opel, anunciou a chanceler alemã Angela Merkel.
[SAIBAMAIS]"Posso dizer a vocês que os últimos fundos recebidos pela General Motors para a Opel foram reembolsados. Isto quer dizer que a operação Opel não custou um centavo ao contribuinte alemão", disse Merkel durante uma conferência da organização patronal alemã BDA.
A chanceler afirmou ainda que o governo teve "absolutamente razão em construir uma ponte para garantir a sobrevivência da Opel por meio de um crédito". O vencimento estava previsto para 30 de novembro.
Merkel acrescentou em tom jocoso esperar "uma carta de agradecimento" da GM, que recentemente decidiu manter a filial europeia, ao invés de vender a Opel, o que provocou a irritação do governo alemão, que desejava a venda para o grupo canadense Magna.
De todos os modos, a GM já anunciou um plano de reestruturação com a demissão de 10 mil funcionários de um total de 50 mil na Europa. Também buscará uma redução da produção de entre 20% e 25%.
A montadora americana informou, no entanto, que a fábrica de Bochum (noroeste da Alemanha), com 4.800 funcionários, não será fechada.
A GM calcula que o plano de reestruturação custará 3,3 bilhões de euros (quase cinco bilhões de dólares).
De acordo com a revista alemã Der Spiegel, o grupo americano recebeu ofertas da Grã-Bretanha (400 milhões de euros) e da Espanha (de 300 a 400 milhões de euros), assim como uma redução de impostos na Polônia.
Mas na segunda-feira, os países europeus com fábricas da Opel decidiram coordenar na próxima semana a resposta ao plano de reestruturação da montadora americana e deixar de negociar individualmente ajudas públicas.
Bélgica, Espanha e Grã-Bretanha criticaram a Alemanha por agir sozinha e tentar salvar os empregos alemães com ajudas públicas quando a GM pretendia vender a Opel.