A parcela da dívida pública vinculada à Selic voltou a subir depois de dois meses de queda. Segundo números divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, o percentual da dívida mobiliária (em títulos) interna atrelado aos juros básicos caiu de 36,9% em setembro para 37,66% em outubro.
[SAIBAMAIS]A proporção dos títulos prefixados, que têm os juros definidos com antecedência, caiu de 32,67% em setembro para 31,23% em outubro. A parcela vinculada à inflação, no entanto, aumentou, passando de 28,47% para 29,16%. A participação dos títulos vinculados ao câmbio caiu de 0,74% para 0,72%, sem alteração significativa.
Para o Tesouro Nacional, a maior parcela de títulos prefixados facilita a administração da dívida pública porque permite ao governo saber, com antecedência, quanto pagará na hora de resgatar os títulos. A maior participação dos papéis corrigidos pela Selic, no entanto, faz o Tesouro se beneficiar da queda da Selic, que caiu de 13,75%, no início do ano, para os atuais 8,75%.
O prazo médio da dívida pública ficou praticamente estável, passando de 3,55 anos em setembro para 3,59 anos no mês passado. Esse é o período que o governo leva para renovar completamente a dívida de mais de R$ 1,4 trilhão. No começo do ano, o Tesouro deixou de divulgar o prazo pelo parâmetro mensal e passou a usar o parâmetro anual.
Prazo mais longos são desejáveis porque indicam melhoria da confiança dos investidores na capacidade do governo de administrar a dívida. Os vencimentos da Dívida Pública Federal (DPF) nos próximos 12 meses apresentaram redução e passaram de 27,2%, em setembro, para 25,2% no mês passado.
Por meio dos títulos públicos, o Tesouro Nacional pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar os compromissos de curto prazo. Em troca, o governo compromete-se a devolver os recursos, acrescidos de juros, que podem seguir a taxa Selic, a inflação, o câmbio ou serem prefixados (definidos com antecedência).