Jornal Correio Braziliense

Economia

Rainha apresenta plano para restringir bônus de banqueiros no Reino Unido

O governo britânico de Gordon Brown se comprometeu nesta quarta-feira a limitar os bônus dos banqueiros e a reduzir pela metade o déficit público por ocasião do tradicional "discurso do Trono", lido pela rainha Elizabeth II na abertura oficial do Parlamento e que será o último antes das próximas eleições. Como todos os anos, Elizabeth II, 83 anos, se encarregou de apresentar as grandes linhas da agenda legislativa estabelecida pelo governo para o próximo ano. [SAIBAMAIS]Na perspectiva das eleições gerais, que devem acontecer até o dia 3 de junho, a agenda de 2009 está repleta de medidas populares destinadas a angariar votos, como o fornecimento de assistência gratuita para os mais necessitados, a erradicação da pobreza infantil ou esforços em prol da educação. Os conservadores são, por enquanto, os grandes favoritos destas eleições. "Meu governo seguirá reformando e trabalhando para garantir a proteção dos poupadores e dos contribuintes. Será apresentada uma legislação para melhorar a governância do setor financeiro e controlar o sistema de premiações", declarou a rainha, em discurso que durou seis minutos. Sentada no trono da Câmara dos Lordes, Elizabeth II, que ostentava uma pesada coroa com mais de 3.000 pedras preciosas, acrescentou: "até que a recuperação econômica seja confirmada, meu governo reduzirá o déficit orçamentário e garantirá que a dívida nacional mantenha um ritmo sustentável". A soberana também anunciou um projeto de lei para "reduzir o déficit pela metade", sem especificar um prazo. Em setembro passado, Brown havia estabelecido um prazo de quatro anos para dividir por dois este déficit, que enfraquece a economia britânica - em recessão desde o segundo trimestre de 2008 - e que deve chegar no fim deste ano a 175 bilhões de libras, ou seja, 12,4% do Produto Interno Bruto (PIB). É muito provável que todos estes projetos, cujos detalhes serão apresentados progressivamente nas próximas semanas, não possam ser aprovados antes da dissolução do Parlamento para as eleições, que segundo a imprensa serão realizadas no dia 6 de maio. O líder conservador David Cameron, favorito das pesquisas para suceder a Gordon Brown no comando do governo britânico, qualificou o discurso do Trono de "perda de tempo".