Jornal Correio Braziliense

Economia

Henrique Meirelles garante independência de Aldo Luiz no BC

Em uma clara tentativa de acalmar os ânimos do mercado depois da mudança na Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), o presidente da instituição, Henrique Meirelles, garantiu a total independência de Aldo Luiz Mendes para assumir o posto. Segundo ele, além da competência técnica, Mendes tem um amplo histórico de atuação no sistema financeiro e é muito respeitado pelos investidores. [SAIBAMAIS]"A indicação de Aldo Mendes para substituir Mário Torós na diretoria seguiu todos os critérios usados nas noemações anteriores, que foram mais de 15. Ele tem experiência técnica e sobretudo é independente de pensamento", afirmou. As palavras de Meirelles têm como objetivo principal desvincular qualquer ligação de Mendes com o Ministério da Fazenda. Na verdade, Mendes perdeu o cargo de vice-presidente de finanças do Banco do Brasil recentemente, por determinação do ministro Guido Mantega. O presidente do BC garantiu ainda que, enquanto permaneceu no cargo, dois outros diretores que já haviam manifestado a intenção de deixar o banco - Mário Mesquita (Política Econômica) e Gustavo Matos do Vale (Liquidações) - permaneceram em seus postos. Meirelles disse que há duas datas para ele deixar o comando do BC. A primeira, e mais provável, em dezembro de 2010, quando acabar o governo Lula. A segunda, no início de abril do ano que vem, caso saia candidato pelo PMDB a uma vaga no Senado ou mesmo dispute o governo goiano. "A probabilidade maior, no entanto, é de atender ao pedido do presidente Lula para que eu fique até o fim do seu mandato." Ao comentar a demissão de Mário Torós da Diretoria de Política Monetária, anunciada na noite de segunda-feira (16/11) à noite, Meirelles disse que foi uma decisão pessoal do ex-diretor. Sobre as declarações de Torós ao jornal Valor Econômico revelando detalhes da atuação do BC durante o auge da crise mundial, no fim do ano passado, Meirelles disse que elas não representavam o pensamento do BC, mas opiniões pessoais de Torós. Segundo ele, o BC só fala por meio de seus documentos oficiais.