A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entregará nesta quarta-feira (18/11) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um diagnóstico sobre os gargalos e a necessidade de investimentos em infraesturura no país. Segundo a entidade, para garantir o crescimento consistente do Brasil nos próximos anos, o setor produtivo precisará de um choque de investimentos em portos, estradas, hidrelétricas. Hoje, segundo a entidade, o percentual investido nesses setores da economia é de aproximadamente 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, quando o ideal deveria ser 5%. Na ponta do lápis, os gastos atuais nas obras correspondem a R$ 60 bilhões ao ano, valor inferior ao que é gasto, por exemplo, em mobilidade urbana e logística em países como Índia e China.
[SAIBAMAIS]"Deveríamos estar investindo em torno de 5% do PIB, que é
R$ 145 bilhões apenas para a infraestrutura de saneamento, transporte e energia", defende o diretor de operações da CNI, Rafael Lucchesi, que antecipou alguns pontos que constarão na Carta da Indústria, documento que será entregue a Lula e
também aos pré-candidatos à Presidência da República nas eleições de 2010. A percepção do setor produtivo é de que está em curso um hiato entre produtividade e investimentos no país.
Oportunidades
Lucchesi alertou para deficiências do país na área de logística produtiva, que tendem a dificultar a inserção do produto nacional em mercados mais exigentes e em cadeias produtivas de maior valor agregado, que exigem uma logística de altíssima qualidade. "Precisamos transformar as oportunidades que se abrem ao Brasil numa alavanca de inserção da economia nacional e assegurar também qualidade de vida à população". A base para as reclamações da CNI se justificam pelas oportunidades que se abrirão à indústria nacional nos próximos anos, com a preparação do país para receber a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. "Associado ao nosso deficit anual em infraestrutura, certamente teremos de pensar em um outro modelo (econômico) capaz de conferir um ambiente favorável ao investimento", defende Lucchesi.