Curitiba - O Brasil está entre os mercados mais promissores em investimentos internacionais que apostam no consumo de bebidas não alcoólicas. Esse cenário é impulsionado pela escolha do país para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. A Coca-Cola acaba de anunciar a injeção de US$ 5,8 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos. São cerca de R$ 10 bilhões nos planos de expansão de mercado dos 16 produtos da empresa, que incluem refrigerantes, sucos, chás e água. O montante representa um salto de 75% nos investimentos da Coca-Cola por aqui, comparado a igual período anterior.
O Brasil é o quarto maior mercado internacional da Coca-Cola entre 206 países. Até o trimestre passado, estava em terceiro. Mas acaba de perder a posição para a China, que vem em acelerado processo de crescimento e é apontada como a futura líder em consumo. Hoje, o maior volume de vendas da empresa está nos Estados Unidos, seguido pelo México. A queda do Brasil não significa retração de mercado. Pelo contrário, a aposta da Coca-Cola aqui é de crescimento. "Esta nação vem despontando em liderança econômica, política e social", destacou o presidente internacional da Coca-Cola, Muhtar Kent. Ele esteve pessoalmente no Brasil para anunciar o novo plano de investimentos para o país.
"Ao longo dos últimos 25 anos, vimos nosso volume de vendas crescer 50 vezes aqui", disse Kent. Ele apontou que o Brasil foi um dos países a conseguir enfrentar a recente crise econômica internacional mostrando-se uma força do mundo globalizado. No ano passado, o Brasil consumiu 9 bilhões de litros de produtos Coca-Cola.
O plano de expansão do mercado brasileiro vem passando por aquisições de empresas de suco. A mais recente foi a compra da fabricante de chás MateLeão, em 2007, até então uma empresa nacional centenária, nascida no Paraná. Ontem, foi inaugurada uma nova fábrica de produção da Mate, em Fazenda Rio Grande, em Curitiba (PR), com capacidade anual para 11 toneladas de diversos tipos de chás secos. Somente nela, foram investidos R$ 30 milhões. No próximo mês, será inaugurada outra, em Maceió (Alagoas), mas essa de refrigerante. Atualmente, a Coca-Cola emprega no país 38 mil funcionários e gera 340 mil empregos indiretos.
A aposta de expansão é baseada em pesquisas que apontam o surgimento, nos próximos anos, de 1 bilhão de consumidores de classe média, sendo que grande parte estará no Brasil, e também na ascensão das classes D e E.
A repórter viajou a convite da Coca-Cola